"É muita dor", diz o coveiro que enterrou 198 pessoas em Manaus
Estado do Amazonas passa por disparada de infecções, falta de oxigênio nos hospitais e colapso na rede de saúde
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O trabalho de Francisco Soares nunca foi fácil. Ele passou 16 de seus 50 anos sendo coveiro em dois cemitérios da cidade de Manaus. Enterrou muita gente nesse período - inclusive amigos e parentes - e sempre foi obrigado a lidar com a dor dos outros e a sua própria. Mas nunca imaginou que teria que enterrar quase 200 pessoas em um dia só.
Foi o que aconteceu na 4ª feira (13.jan), no cemitério Nossa Senhora Aparecida, localizado no parque Tarumã. Nesse dia, o coveiro disse ter ajudado a enterrar 198 pessoas.
O número de mortes voltou a disparar em Manaus e em outras regiões do estado depois do surgimento de uma nova variação da covid-19 e do colapso na rede de saúde. Com o aumento abrupto do número de casos, os hospitais do Amazonas começaram a ter falta de oxigênio. Os necrotérios estão lotados.
O governo amazonense negocia cilindros com a Venezuela para tentar suprir a falta nos hospitais. Artistas se mobilizaram na luta para enviar cilindros de oxigênio até lá.
Essa é a segunda vez na vida que Francisco tem uma experiência como essa. A primeira foi em abril e maio de 2020, quando Manaus foi assolada pela primeira onda de infecções. No ápice da pandemia na região, o coveiro afirmou ter enterrado, em um só dia, mais de 230 pessoas no cemitério Nossa Senhora Aparecida. "Enterrei três amigos que morreram dessa doença aí", disse.
Nessa época, Francisco disse que eles estavam usando uma retroescavadeira e uma pá mecânica para suprir a demanda, em um período em que os cemitérios de Manaus também beiravam o colapso.
Na 5ª feira (14.jan), o Amazonas bateu novo recorde de infecções: foram quase 4 mil novos casos e 44 mortes em 24 horas. Desde março, quase 6 mil pessoas morreram pela covid-19 no estado.
Foi o que aconteceu na 4ª feira (13.jan), no cemitério Nossa Senhora Aparecida, localizado no parque Tarumã. Nesse dia, o coveiro disse ter ajudado a enterrar 198 pessoas.
"Eu fico muito triste. É muita gente. E a gente enterra parente nosso também. É muita dor. Muito triste enterrar tanta gente assim, ao mesmo tempo - Franciso Soares, coveiro em Manaus, em entrevista ao SBT News.
O número de mortes voltou a disparar em Manaus e em outras regiões do estado depois do surgimento de uma nova variação da covid-19 e do colapso na rede de saúde. Com o aumento abrupto do número de casos, os hospitais do Amazonas começaram a ter falta de oxigênio. Os necrotérios estão lotados.
O governo amazonense negocia cilindros com a Venezuela para tentar suprir a falta nos hospitais. Artistas se mobilizaram na luta para enviar cilindros de oxigênio até lá.
Essa é a segunda vez na vida que Francisco tem uma experiência como essa. A primeira foi em abril e maio de 2020, quando Manaus foi assolada pela primeira onda de infecções. No ápice da pandemia na região, o coveiro afirmou ter enterrado, em um só dia, mais de 230 pessoas no cemitério Nossa Senhora Aparecida. "Enterrei três amigos que morreram dessa doença aí", disse.
Nessa época, Francisco disse que eles estavam usando uma retroescavadeira e uma pá mecânica para suprir a demanda, em um período em que os cemitérios de Manaus também beiravam o colapso.
Na 5ª feira (14.jan), o Amazonas bateu novo recorde de infecções: foram quase 4 mil novos casos e 44 mortes em 24 horas. Desde março, quase 6 mil pessoas morreram pela covid-19 no estado.
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