Caso Ágatha: Falhas na obtenção de provas podem atrapalhar investigação
Comissão de Direitos Humanos da OAB indica falhas na investigação da morte da menina Ágatha, no Complexo do Alemão
SBT News
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirma ter informações concretas de que policiais com lanternas percorreram as ruas do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, colhendo vestígios do ocorrido que resultou na morte de Ágatha Felix, de oito anos, morta por uma bala perdida quando voltava para casa, no dia 20 de setembro.
De acordo com a entidade, houve falhas na investigação feita pela Polícia Civil, a Kombi onde Ágatha foi baleada, para a OAB, foi lavada antes de passar por perícia. O projétil que atingiu o banco de trás do veículo e acertou Ágatha nas costas é compatível com a de uma bala de fuzil, mas os peritos admitiram não ser possível determinar de qual arma partiu o projétil por se tratar de um fragmento.
Na tentativa de esclarecer o caso, a polícia marcou para próxima terça-feira (1) uma reprodução simulada, no Complexo do Alemão, no mesmo horário em que aconteceu a tragédia. Segundo os policiais militares que realizavam patrulhamento na área, eles foram atacados e houve tiroteio, a família de Ágatha contesta a versão.
Já prestaram depoimento, 11 policiais e nove pessoas, todos em condição de testemunha.
Ágatha se junta as outras 57 crianças mortas por balas perdidas no estado do Rio, nos últimos 12 anos, segundo dados da Organização Rio da Paz, a maior parte delas entre 7 e 14 anos.
Das vítimas, quase 60% eram meninos negros. Favelas da zona norte carioca e baixada fluminense foram os locais com maior frequência de tiroteios que vitimizaram crianças.