Rodrigo Janot revela que foi ao STF armado para matar Gilmar Mendes
Divergências públicas entre o ex-PGR e o ministro teriam motivado a atitude em 2017, a revelação foi dada pelo próprio Janot a vários órgãos de imprensa
SBT News
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot revelou, a vários órgãos de imprensa, que no dia 11 de maio de 2017 entrou armado no Supremo Tribunal Federal com a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes. O crime só não se concretizou porque, de acordo com o ex-PGR, seus dedos ficaram paralisados.
"A minha ideia era dar um tiro na cara dele e depois me suicidar. Quando eu cheguei na antessala do Supremo... Quem é que estava na sala? Ele. Tirei, engatilhei. E fui prá cima dele. Eu sou destro. Aí, quando eu procuro o gatilho meu dedo ficou paralisado. Eu mudei de mão. Fui pra esquerda. Meu dedo paralisou de novo. Aí, eu falei: Isso é um sinal. Chamei, lá, o meu secretário-executivo e disse a ele: Manda o Andradinha vir, porque eu não estou passando bem" relatou Janot.
O rompimento definitivo entre os dois políticos se deu após Gilmar Mendes afirmar que a filha de Janot advogava para empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.
O ex-PGR já havia pedido ao STF que Gilmar fosse impedido de atuar nos processos de Eike Batista, pois a esposa do ministro trabalhava no escritório de advocacia que defendia o empresário. Janot e Gilmar Mendes não se falam até hoje.
Rodrigo Janot lançará um livro, na próxima semana, contando os bastidores de seus quatro anos como procurador-geral da República. Ele também revelou que o ex-presidente Michel Temer e o ex-deputado Henrique Eduardo Alves teriam pedido a ele que Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, ficasse de fora das investigações da Lava Jato. Janot também revela que o deputado Aécio Neves o convidou para ser vice na disputa pela presidência da República, em 2014.