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Vaticano cogita mudança histórica na Igreja Católica

A recomendação considera que homens casados sejam ordenados padres, em áreas remotas da Amazônia, mas não propõe fim do celibato

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Vaticano cogita mudança histórica na Igreja Católica
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O Vaticano emitiu, nesta segunda-feira (17), um documento com uma recomendação inédita à Igreja Católica: considerar que homens casados sejam ordenados padres, em áreas remotas da Amazônia. 

O documento não trata do fim do celibato sacerdotal, mas é vista como uma abertura histórica, que pode solucionar a falta de padres em comunidades isoladas.

A dificuldade que a Igreja Católica enfrenta em garantir presença na região - que possui território quase tão grande quanto o de toda a Europa - será discutida na Assembleia dos Bispos, convocada para outubro, pelo Papa Francisco. 

Para o padre José Amarildo Luciano, que atua na Amazônia, a Igreja não pode deixar o problema de lado. "As comunidades rurais, ribeirinhas, têm eucaristia apenas uma vez por ano, celebra todos os batizados, celebra os casamentos, e depois só daqui um ano outra vez". 

Segundo o documento, será estudada a possibilidade de ordenação sacerdotal de idosos, de preferência indígenas, que sejam respeitados e reconhecidos pela comunidade, mesmo que já tenham família constituída e estável. 

Está previsto também um intenso debate sobre a função pastoral das mulheres na Igreja. Caberá aos bispos identificar o tipo de ministério oficial que poderá ser dado a elas, levando em conta o importante papel que já desempenham na região. 

A Assembleia dos Bispos, dedicada à Amazônia, tem o objetivo de debater novas formas de evangelizar a população local, e também abordar temas como as mudanças climáticas, a preservação ambiental e a proteção aos povos indígenas. 

O Cardeal brasileiro Dom Claudio Hummes foi nomeado pelo Papa Francisco como relator-geral do Sínodo, uma das posições mais importantes da reunião. 

"Um sínodo histórico, um dos momentos principais do Papa Francisco será este sínodo, certamente", disse o cardeal que também é presidente da Rede Eclesial Pan-Americana, a REPAM.

 

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