Tremembé: relembre crimes de presos que passaram pelo "presídio dos famosos"
Complexo penitenciário no interior de São Paulo abriga detentos de casos de grande repercussão nacional e foi retratado em série


Emanuelle Menezes
A série "Tremembé", do Prime Video, reacendeu o interesse do público pela vida de presidiários conhecidos por casos de grande repercussão. A produção, inspirada em livros do jornalista Ulisses Campbell, retrata de forma ficcional o cotidiano de detentos do complexo penitenciário, apelidado de "presídio dos famosos", no interior de São Paulo.
A curiosidade refletiu em um aumento de pesquisas no Google nesta semana, na comparação com os últimos 12 meses, segundo dados do Google Trends, ferramenta que exibe os termos mais populares no buscador.

Na vida real, muitos deles já progrediram para o regime semiaberto ou para a liberdade condicional. Entre os detentos mais conhecidos que seguem em Tremembé estão:
- o ex-jogador Robinho, que cumpre pena de 9 anos por estupro coletivo cometido na Itália;
- Roger Abdelmassih, ex-médico e um dos maiores especialistas em reprodução humana do Brasil, condenado a mais de 173 anos de prisão por estupros, atentados violentos ao pudor e atos libidinosos contra 37 mulheres;
- Guilherme Longo, condenado a 40 anos de prisão pela morte do enteado Joaquim Ponte Marques;
- Lindemberg Alves, que cumpre pena de quase 40 anos pelo assassinato da ex-namorada Eloá Cristina Pimentel.
Relembre abaixo quem são os presos mais famosos e os crimes de quem já passou por Tremembé:
Suzane von Richthofen
Suzane von Richthofen matou os pais, Marísia e Alfred von Richthofen, no dia 31 de outubro de 2002, com ajuda de seu namorado na época, Daniel Cravinhos, e do irmão dele, Cristian. Os três confessaram participação no crime.

Suzane foi condenada a 39 anos e 4 meses de prisão pelo planejamento do assassinato dos pais. Desde 2023, ela está em liberdade condicional.
Em fevereiro de 2024, na tentativa de se afastar das memórias do crime que comoveu o país, Suzane adotou o sobrenome da avó materna e do marido e passou a se chamar Suzane Louise Magnani Muniz. Ela faz faculdade de Direito, teve um filho e vive com a família no interior de São Paulo.
Daniel Cravinhos
Ex-namorado de Suzane, Daniel Cravinhos foi condenado a 39 anos de prisão pelo assassinato dos pais dela. Em 2018, passou para o regime aberto – quando se cumpre a pena fora da prisão – e começou a trabalhar personalizando motos e capacetes para competições.

Atualmente, Daniel vive em Campo Belo, São Paulo, e voltou a praticar aeromodelismo.
Cristian Cravinhos
Cristian Cravinhos foi condenado a 38 anos e seis de prisão pelo assassinato do casal von Richthofen. Ele é irmão de Daniel Cravinhos, na época namorado de Suzane.

Em 2017, chegou a ir para o regime aberto, mas perdeu o benefício depois de uma confusão em um bar em que tentou subornar policiais. Cinco anos depois, Cristian progrediu para o regime semiaberto e, desde março de 2025, cumpre o restante da pena fora da cadeia.
Elize Matsunaga
Elize Matsunaga, condenada a 16 anos e 3 meses por matar e esquartejar o marido, o empresário Marcos Matsunaga, em 2012, está em liberdade condicional desde 2022.

Em 2023, ela chegou a ser indiciada pela polícia por falsificar documentos para trabalhar em Sorocaba (SP). Elize negou a falsificação.
Alexandre Nardoni
Alexandre Nardoni foi condenado a 30 anos de prisão pela morte da filha Isabella, em 2008. A menina foi jogada do sexto andar do apartamento onde moravam o pai e a madrasta, Anna Carolina Jatobá. Para a Justiça, não foi uma queda acidental, mas sim um homicídio. A menina foi agredida e, depois, arremessada.

Nardoni foi para a ala de regime semiaberto da Penitenciária 2 de Tremembé em 2019 e, desde maio de 2024, está em liberdade condicional.
Anna Carolina Jatobá
Anna Carolina Jatobá, condenada a 26 anos por participação na morte da enteada, Isabella Nardoni, cumpre pena em regime aberto desde 2023. Ela e Alexandre Nardoni vivem juntos em um apartamento na Zona Norte de São Paulo.

Sandra Regina Ruiz, a Sandrão
Sandra Regina Ruiz, conhecida como Sandrão, se envolveu romanticamente com Elize Matsunaga e Suzane von Richthofen na Penitenciária Feminina I "Santa Maria Eufrásia Pelletier" de Tremembé.

Ela foi condenada a 27 anos de prisão pelo sequestro e assassinato de Talisson Vinícius da Silva Castro, de 14 anos, ocorrido em 2003, em Mogi das Cruzes (SP). O menino era vizinho dela.
Sandrão deixou Tremembé em 2015, quando passou a cumprir pena no regime semiaberto. Desde 2016 está em liberdade condicional e vive reclusa em Mogi das Cruzes.









