Caso Richthofen: Cristian Cravinhos é solto e vai terminar pena em regime aberto
Pedido de liberdade foi concedido nesta quarta-feira (5) pela Justiça de São Paulo

SBT News
Cristian Cravinhos, condenado pelo assassinato do casal Manfred e Marísia Von Richthofen, em 2002, foi solto na noite desta quarta-feira (5). O Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou que ele termine o restante da pena fora da prisão, alegando bom comportamento no presídio.
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Após mais de 20 anos do crime, ele é o último dos três condenados a ter o pedido de liberdade aceito. Daniel Cravinhos está solto desde 2018, enquanto Suzane Von Richthofen cumpre o restante da pena fora da cadeia desde 2023.
A juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani justificou a decisão com base na boa conduta carcerária de Cristian, afirmando que o detento possui situação processual definida, cumpriu o prazo legal para a medida e não registrou faltas disciplinares nos últimos 12 meses. Ele cumpria pena na Penitenciária "Dr. José Augusto Salgado", a P2 de Tremembé, no interior de São Paulo.
O Ministério Público de São Paulo havia se manifestado contrário à progressão de regime. O promotor do caso, Gustavo José Pedroza Silva, também não se mostrou favorável, em janeiro deste ano. Tanto o MPSP quanto o promotor levam em consideração os resultados do teste de Rorschach que ele foi submetido. O exame psicológico mostrou que Cravinhos apresenta "traços disfuncionais de personalidade, caracterizados por rigidez emocional e controle excessivo".
Apesar do perfil traçado no teste, a juíza afirma que as contestações “não são aptas a justificar decisão desfavorável, já que ilações subjetivas a respeito da personalidade do apenado, isoladas no contexto, não se afiguram aptas a ensejarem negativa de direitos garantidos pela Lei de Execução Penal”.
A magistrada também estabeleceu que Cristian deverá cumprir uma série de regras para poder terminar a pena em liberdade, como não mudar de residência sem comunicar o juízo e comparecer trimestralmente à Vara de Execuções Criminais para informar sobre suas atividades. Se ele descumprir qualquer uma das regras definidas pela Justiça, poderá perder o benefício e voltará a cumprir para a prisão.
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Condenado desde 2006, Cristian Cravinhos chegou a progredir para o regime aberto em 2017, mas perdeu a liberdade ao tentar subornar a Polícia após ser acusado de agressão a uma mulher.