Respirar o ar de São Paulo equivale a fumar mais de meio cigarro por dia, diz especialista
A falta de chuva e as altas temperaturas aumentam os impactos negativos da poluição
Simone Queiroz
Tempo seco, calor e poluição: uma combinação que preocupa cada vez mais quando se trata de São Paulo. Segundo especialistas, o ar na cidade, em horários de pico, equivale a fumar mais de meio cigarro por dia.
O tom mais escuro no horizonte, constantemente visto no fim do dia, não é bom sinal: é pura poluição, cheia de elementos químicos. A falta de chuvas piora a situação. Segundo Paulo Saldiva, patologista da USP, altas temperaturas também agravam os efeitos.
"A poluição faz com que a coagulação aumente, aumentando as chances de fazer um coágulo. Quando a gente transpira muito, também aumenta a coagulação, o que ajuda a fazer trombos”, explica o médico.
No entanto, são as próprias pessoas as responsáveis. De acordo com especialistas, a sujeira no ar vem principalmente do trânsito, dos escapamentos e do atrito do pneu com o asfalto.
Ao SBT, a artista plástica Isabelle Ribot conta que percebe a poeira tóxica sobre todo o apartamento. “Joguei água ontem de noite e já está tudo sujo. É assim: a cidade, o centro”, revela.
Toda a fuligem que envolve a cidade não apenas suja a casa, os móveis ou a pele das pessoas. Ela também invade, entra pelo ar que respiramos e chega até os pulmões. De repente, é como se todos nós nos tornássemos fumantes.
"A poluição do ar em São Paulo equivale a você fumar um pouquinho mais de meio cigarro no trânsito, então todos nós fumamos um pouquinho”, diz Saldiva.
Como minimizar o estrago? Evite caminhar em avenidas movimentadas, sair nos horários mais quentes (entre 11h e 16h), limpe o nariz com soro, e claro, mantenha-se hidratado.
Maio de calor
A primeira semana de maio promete ser quente e seca, em função do bloqueio atmosférico imposto pelo sistema de alta pressão. Nesta terça (30) e quarta (1º), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a umidade pode ficar abaixo dos 30% em toda a área da onda de calor.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), índices de umidade do ar inferiores a 60% não são adequados para a saúde humana. Por isso, é recomendado que as pessoas se hidratem e evitem ficar expostas ao Sol das 10h às 16h.
