Quem foi Zumbi dos Palmares? Entenda a história do líder homenageado no Dia da Consciência Negra
Feriado nacional pela primeira vez, data é usada para refletir sobre a luta da comunidade negra até os dias atuais
Você sabia que o dia 20 de novembro foi escolhido como Dia da Consciência Negra por causa de Zumbi dos Palmares? A figura foi uma das principais lideranças na luta contra a escravidão e as desigualdades raciais durante o século XVII.
De acordo com o historiador Odir Fontoura, é difícil afirmar com plena certeza como foi a vida de Zumbi, já que há poucos registros sobre ele, e os documentos que falam dele foram escritos, na maioria, pelos europeus. Algumas narrativas, no entanto, dizem que Zumbi nasceu na Serra da Barriga, no nordeste do Brasil, por volta de 1655.
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Livre quando criança, ele teria sido raptado pelos bandeirantes e depois entregue a um padre, que ensinou a ele o português e a religião católica. Quando conseguiu fugir, Zumbi teria se escondido no Quilombo dos Palmares e, eventualmente, virado o último líder do local.
Fontoura, no entanto, ressalta que essa história pode ou não ser verdadeira. O que se sabe com mais certeza é que houve, sim, um grande líder, que resistiu bravamente e tentou manter essa comunidade em pé e independente da escravatura por muito tempo.
O que foi o Quilombo dos Palmares?
Vale lembrar que Palmares foi o maior quilombo da América Latina. Localizado na região da Serra da Barriga, onde hoje é o estado do Alagoas, o local serviu de refúgio para milhares de pessoas que fugiram da escravidão durante o período colonial.
Escondido e longe das cidades, esse e outros quilombos eram lugares que tinham suas próprias leis, seus próprios costumes, eram locais de livre manifestação cultural e religiosa e funcionavam de forma independente do resto da sociedade.
Em Palmares, Zumbi teria sido o responsável por organizar e planejar a comunidade, além de ter se colocado à frente de diversas vitórias dos quilombolas contra os portugueses e holandeses.
O quilombo, porém, foi destruído em 1694. A mando do governador da capitania de Pernambuco, Domingos Jorge Velho, a comunidade foi incendiada e várias pessoas que lá viviam voltaram a ser escravizadas.
Zumbi até conseguiu fugir, mas foi traído por um antigo companheiro e entregue ao bandeirante, sendo degolado no dia 20 de novembro de 1695. Assim, a data, que será feriado nacional pela primeira vez neste ano, ficou marcada na história como uma homenagem ao líder e com a finalidade de discutir as desigualdades raciais que se mantêm até os dias de hoje na sociedade brasileira.