Quem é Nayib Bukele, líder polêmico de El Salvador que pode se encontrar com Pablo Marçal
Atuação do presidente é marcada por ações severas contra o crime e controle sobre instituições públicas. Há denúncias de tortura e violação de direitos humanos
O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, chegou nesta sexta-feira (6) em El Salvador, na América Central, onde pretende encontrar o presidente do país, Nayib Bukele.
Marçal diz que viajou com o objetivo de buscar referências em segurança pública que possam ser aplicadas em São Paulo. Bukele tem ganhado destaque no cenário internacional, especialmente entre setores da ultradireita, por políticas de combate ao crime organizado. Pesam contra o ídolo de Marçal, no entanto, denúncias de tortura e violação de direitos humanos.
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Nas redes sociais, o candidato a prefeito de São Paulo publicou um vídeo com imagens do líder salvadorenho.
Quem é Nayib Bukele?
Filho de um empresário de origem palestina, Nayib Bukele tem 42 anos e foi eleito em 2024 para o segundo mandato presidencial de El Salvador. O governo dele é marcado por ações severas contra o crime organizado e um controle rígido sobre as instituições públicas do país.
Uma de suas iniciativas mais polêmicas foi a substituição de todos os juízes da Suprema Corte por aliados, causando críticas sobre a independência do Judiciário salvadorenho.
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Bukele declarou guerra às gangues, responsáveis por altos índices de violência no país. Essa ofensiva levou ao encarceramento de cerca de 70 mil pessoas, resultando em uma expressiva queda nos índices de criminalidade. No entanto, surgiram denúncias de torturas e violações de direitos humanos em prisões superlotadas, causando preocupações internacionais.
Além disso, há suspeitas de que o governo salvadorenho teria negociado diretamente com as gangues, embora Bukele negue qualquer envolvimento.
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Apesar das polêmicas, Bukele mantém uma popularidade recorde, com mais de 90% de aprovação. Ele também foi reeleito com mais de 80% dos votos, sendo o primeiro presidente do país a conseguir um segundo mandato em mais de um século. Sua vitória, contudo, foi cercada por acusações de fraudes eleitorais, uso indevido de recursos públicos e campanhas irregulares.
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Com forte atuação nas redes sociais, Bukele, que é publicitário de formação, utiliza essas plataformas para promover sua gestão e suas iniciativas, incluindo a controversa medida de adotar o bitcoin como moeda legal, criticada por instituições financeiras e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)
Na área econômica, o governo investe em obras públicas e eventos de grande porte, mas o país ainda enfrenta sérios desafios relacionados à desigualdade social. Especialistas afirmam que o modelo de Bukele dificilmente poderia ser replicado em outras nações, devido às particularidades internas de El Salvador e às acusações de abusos de poder.
Bukele afirmou que, nos próximos anos, pretende fazer de El Salvador um exemplo para o mundo, embora não tenha detalhado quais são seus planos para o futuro.