Promotores criticam investigações e sugerem que processo contra Gusttavo Lima corra em Campina Grande
Em parecer, Ministério Público de Pernambuco apontou fragilidades na investigação sobre um suposto esquema de lavagem de dinheiro via jogos on-line
Parecer assinado por cinco promotores do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) aponta fragilidades e critica as conclusões a partir das provas apresentadas no processo que levou ao indiciamento do cantor Gusttavo Lima por lavagem de dinheiro e organização criminosa pela Polícia Civil no dia 15 de setembro.
O indiciamento do sertanejo veio a partir da Operação Integration, da Polícia Civil de Pernambuco, que tem 53 alvos no país — incluindo a influenciadora digital Deolane Bezerra. Um mandado de prisão chegou a ser emitido contra Gusttavo Lima, mas foi revogado.
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O cantor é investigado pelo recebimento de R$ 4.947.400 e R$ 4.819.200, nos dias 25 de maio e 3 de julho de 2023, que vieram de duas transferências realizadas pela empresa Esportes da Sorte; pela venda de um avião para a Vai de Bet; e por guardar no cofre da sua empresa, Balada Eventos e Produções, R$ 112.309; € 5.720; £ 5.925 e U$ 1.005.
De acordo com o documento do MPPE, do dia 8 de outubro, "o fato da data da assinatura eletrônica do distrato não coincidir com a data digitada, além da circunstância dessa mesma aeronave ter sido vendida posteriormente, sete meses depois, à empresa J. M. J. Participações LTDA, de propriedade de José André da Rocha, por si sós, não indicam ilegalidade configuradora de crime de lavagem de dinheiro, na formalização e posterior distrato do negócio jurídico realizado entre as empresas HSF Entretenimento e Produção de Eventos EIRELI (Esportes da Sorte) e Balada Eventos e Produções".
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Já sobre o dinheiro apreendido no cofre, não há nada que indique a origem dos recursos, e a investigação, segundo o MP, se limitou a afirmar que a empresa de Gusttavo Lima ocultou valores dos jogos ilegais da Esportes da Sorte e da Vai de Bet. No entanto, apenas a apreensão não implica na conclusão de que o dinheiro é de jogos ilegais.
O documento também diz que eventuais crimes decorrentes de relações jurídicas e financeiras envolvendo as empresas e o cantor são de competência do Juízo Criminal da Comarca de Campina Grande-PB, local em que está sediada Vai de Bet.
A assessoria de Gusttavo Lima se manifestou sobre o parecer e disse "que todas as operações comerciais realizadas com as empresas envolvidas na investigação foram pautadas por contratos e comprovantes bancários".