Gusttavo Lima: o que se sabe sobre o indiciamento por lavagem e as relações com as bets
Sertanejo recebeu R$ 15 milhões das casas de apostas investigadas, repassando parte para a conta física, e vendeu o mesmo avião para dois suspeitos
Derick Toda
O cantor Gusttavo Lima foi indiciado pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, no dia 15 de setembro, pela Operação Integration da Polícia Civil de Pernambuco, em um segundo momento do inquérito policial.
O primeiro indiciamento, pelos mesmos delitos, foi contra 20 alvos, incluindo o dono da empresa Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, a influenciadora Deolane Bezerra e mãe dela, Solange Bezerra.
O que fez a Polícia incluir o cantor, no dia 15, foi a identificação de transações financeiras suspeitas com destino à conta bancária do sertanejo por meio da análise de Relatório de Inteligência (RIF).
A investigação policial também incluiu Boris Maciel Padilha, suspeito de ocultar dinheiro ilegal de Darwin, que emprestou ao novo indiciado mais de R$ 10 milhões e bens no valor de R$ 40 milhões, como três Ferraris, dois Rolls Royce e dois Bentley.
Anteriormente, relatórios indicavam que quantias milionárias de outros empreendimentos eram enviadas para contas das empresas de Gusttavo, sem repasse direto para ele.
Com o RIF, a Polícia descobriu que, no ano passado, as empresas investigadas Zelu Brasil Facilitadora de Pagamento e a Vai de Bet (Pix 365 Soluções Tecnológicas) passaram R$ 5,95 milhões em 15 PIXs para a GSA Empreendimento e Participações LTDA, que é uma das empresas do sertanejo.
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Esse valor de quase R$ 6 milhões, que seria dos jogos do bicho e de azar, portanto, ilícito, representou 31% de toda a movimentação da GSA, no ano passado. Em seguida, o músico enviou da GSA R$ 1,35 milhão para a própria conta pessoa física, que está registrada em nome de Nivaldo Batista Lima, que é como se chama o cantor "Gusttavo Lima".
A autoridade policial afirmou que, por isso, "há indícios suficientes da participação dele no crime de lavagem de dinheiro, que foi investigado".
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Balada Eventos e Produções
Além disso, a empresa Balada Eventos e Produções, que Gusttavo Lima também é dono, é suspeita de ocultar valores da empresa HSF Entretenimento Promoção de Eventos, de Darwin, proprietário da Esportes da Sorte. A Balada teria recebido da HSF R$ 4,9 milhões e R$4,8 milhões, nos dias 3 de abril e 25 de maio de 2023, respectivamente
Em um dos cofres da Balada, havia em espécie R$112 mil, € 5.720 (euros), £ 5.925 (libras) e U$ 1.005 (dólares), somando, ao todo, o equivalente a quase R$ 200 mil.
Avião e a Vai de Bet
Ainda, a Balada teria vendido um avião para dois investigados da Operação Integration. A primeira venda foi para a mesma empresa HSF, sendo Darwin o proprietário. No entanto, o dono da Esportes da Sorte alegou falha na turbina da aeronave e rescindiu o contrato.
Já o segundo negócio foi para o o suspeito José André da Rocha, dono da empresa J.M.J, que é ligada a Vai de Bet, pelo valor de R$ 22,2 milhões.
Vai de Bet
De acordo com a juíza Andrea Calado da Cruz, na decisão sobre a ordem de prisão do cantor, no dia 1º de julho de 2024, Gusttavo Lima comprou 25% de participações da empresa Vai de Bet, o que "acentuou ainda mais a natureza questionável de suas interações financeiras. Essa associação levanta sérias dúvidas sobre a integridade das transações", disse.
A versão do cantor
Em nota publicada nas redes sociais, Gusttavo Lima afirma que as relações com as empresas investigadas são "estritamente de uso de imagem e decorrente de uma aeronave. Tudo feito legalmente, mediante transações bancárias".
Veja a nota na íntegra: