Professores que imitaram macacos em roda de samba no Rio de Janeiro são indiciados por racismo
Uma argentina e um brasileiro foram flagrados fazendo os gestos em julho; eles devem responder pelo crime de racismo
Derick Toda
A Polícia Civil, nesta quarta-feira (20), indiciou pelo crime de racismo os dois professores, um brasileiro e uma argentina, que foram filmados imitando macacos durante uma roda de samba, no Rio de Janeiro.
O inquérito policial, conduzido pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), concluiu que os "atos são graves", que desumanizaram e discriminaram a população negra.
O caso ocorreu em julho e a autoridade policial informou que enviará o relatório da investigação para o Ministério Público.
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"O ato praticado associou negativamente indivíduos ou grupos, especialmente em relação à população negra, uma vez que esse comportamento é carregado de uma história de racismo, já que a comparação entre pessoas negras e macacos foi amplamente usada para desumanizá-los e discriminá-los ao longo da história", destaca a conclusão do inquérito.
Além disso, o relatório policial afirmou que esses comportamentos perpetuam traumas e desigualdades sociais, sendo necessário a conscientização e educação da sociedade sobre os impactos históricos e emocionais desse crime, que é inafiançável e imprescritível.