Procurador de Minas Gerais pede desculpas em vídeo por agressão a funcionária em cinema
A gravação é parte de um acordo extrajudicial firmado entre o agressor e a vítima, de 25 anos
O procurador de Minas Gerais, que cuspiu e humilhou uma funcionária no cinema por causa de uma pipoca, publicou um vídeo hoje pedindo desculpas. O caso aconteceu no dia 8 de julho em um shopping localizado na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
A gravação é parte de um acordo extrajudicial firmado entre o agressor e a vítima, de 25 anos.
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"Eu tive um comportamento inadmissível, inaceitável, nojento. Naquela noite, eu cheguei em casa, tentei dormir, fiquei pensando em como eu podia me redimir com a funcionária do cinema". diz o procurador
As imagens mostram quando o procurador agride e até cospe na vítima. Ele queria que a funcionária entregasse a pipoca dentro da sala de cinema.
"Espero que, com o tempo, ela um dia consiga entender que eu não sou aquele monstro que aparece nas imagens." completou
Entenda o caso
Um procurador de Minas Gerais foi flagrado tentando agredir uma funcionária de um cinema em Belo Horizonte. A vítima, de 25 anos, foi até a delegacia acompanhada da advogada para dar entrada no pedido de investigação contra o procurador de estado Bruno Resende Rabello, suspeito das agressões.
'Entramos com dois processos, um de injúria e difamação e outro de vias de fato', disse Lorena Cassimiro, advogada da vítima, que ainda está abalada e traumatizada com todo o ocorrido.
As imagens da câmera de segurança do cinema, em um shopping da região centro-sul de Belo Horizonte, mostram o agressor alterado. Ele discute, grava a atendente com um celular, tenta agredi-la com um soco e cospe nela. Outros funcionários do cinema chegam e tentam contê-lo.
Segundo a vítima, o procurador do estado de Minas Gerais, advogado com atuação nos tribunais superiores e com salário de quase R$ 35 mil, chegou gritando e a chamando de incompetente. Disse ainda que a funcionária deveria levar o refil de pipoca dentro da sala de cinema e que tinha que fazer o que ele mandava. Quando a funcionária informou que esse não era o procedimento, o homem iniciou as agressões. A vítima ainda informou que os seguranças do shopping assistiram ao ocorrido, mas não ajudaram.
A Cinemark lamentou o ocorrido e disse que presta apoio à colaboradora. A advogada Lorena Cassimiro desmente e ressalta: 'Tentei buscar as imagens com o gerente, mas eles não estão colaborando, não quiseram entregar'. O shopping Diamond Mall também lamentou o fato e informou que repudia qualquer caso de violência. A Advocacia-Geral do Estado disse que não compactua com desvio de conduta de seus integrantes, mesmo fora das atribuições.