Polícias Federal e Civil de SP se reúnem nesta segunda para definir os passos da investigação conjunta do ataque em Guarulhos
Armas e carregadores utilizados na ação foram apreendidos e passam por perícia. Ataque supostamente foi motivado a mando do Primeiro Comando da Capital (PCC)
A Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil de São Paulo se reúnem, nesta segunda-feira (11), para definir os próximos passos da investigação sobre o ataque a tiros ocorrido na última sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, que tinha como alvo Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC).
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No sábado (9), a PF instaurou um inquérito para trabalhar em conjunto com a Polícia Civil do estado. No mesmo dia, o secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite informou que as armas usadas no crime foram apreendidas. Segundo apuração do SBT News, as armas e o veículo usado pelos criminosos passaram por perícia, e os resultados ainda são aguardados.
O empresário Antônio foi morto com vários tiros de fuzil ao desembarcar no aeroporto após uma viagem de Goiás. Enquanto caminhava pelo Terminal 2, ele foi atacado por dois homens que saíram de um carro. A ação foi rápida e violenta, com pelo menos 29 disparos contra a vítima. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas ele não resistiu aos ferimentos.
O ataque também deixou uma pessoa morta e outras duas feridas. O motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi baleado nas costas e levado ao Hospital Geral de Guarulhos, onde passou por cirurgia, mas não resistiu. Um homem de 39 anos segue internado no mesmo hospital, enquanto uma mulher de 28 anos foi liberada após receber atendimento médico.
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O ataque
As investigações iniciais apontam para uma possível ordem do PCC (Primeiro Comando da Capital) para matar o empresário. Em dezembro de 2021, Antônio Vinicius ordenou a morte de Anselmo Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta", e do motorista Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue", em uma emboscada no Tatuapé, na zona leste de São Paulo.
+Veja o que se sabe sobre o assassinato de empresário no aeroporto de Guarulhos O crime teria acontecido depois de o traficante do PCC ter entregue R$ 40 milhões ao empresário para que fossem investidos em criptomoedas. Após o investimento não dar certo e Anselmo perder o dinheiro, o líder do PCC fez diversas ameaças a Gritzbach. Em resposta, ele teria encomendado a morte do traficante com um pistoleiro, identificado como Noé Alves.
Cerca de 20 dias depois dos assassinatos, o responsável pelas mortes de Cara Preta e Sem Sangue foi executado pelo PCC. A facção deixou um bilhete ao lado do corpo de Noé — que foi esquartejado e teve a cabeça jogada no local da morte dos traficantes.
Após o crime, Antônio Vinicius Gritzbach foi preso diversas vezes, até ser solto definitivamente em 7 de junho de 2023, quando ganhou liberdade condicional. Em junho deste ano, o empresário fez um acordo de delação premiada com a Justiça em troca de redução de pena e revelou esquemas de lavagem de dinheiro da facção criminosa.