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Brasil

Policial penal executado morreu por morar perto da cadeia em Osasco, diz colega

Ao SBT, colega de trabalho da vítima diz que agentes foram orientados a ficar em estado de alerta após ameaça do PCC: "Fico atento 24 horas"

Imagem da noticia Policial penal executado morreu por morar perto da cadeia em Osasco, diz colega
Policial penal Sérgio Ferreira dos Santos é sequestrado em Osasco | Reprodução
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O policial penal Sérgio Ferreira dos Santos, sequestrado e assassinado em Osasco, era responsável por monitorar os detentos do Complexo Penal do município, na Grande São Paulo. Ele realizava a função nos muros que cercam a unidade, sem contato direto com os encarcerados.

Ao SBT News, um dos colegas de trabalho dele, que preferiu não se identificar na reportagem, afirmou que Sérgio era visto como uma pessoa respeitosa e um profissional exemplar.

O agente acredita que Sérgio foi morto por ser um dos servidores que morava mais próximo à penitenciária após o “salve geral” do Primeiro Comando da Capital (PCC). O agente foi sequestrado quando saía de casa para trabalhar.

Policial penal Sérgio Ferreira dos Santos é sequestrado em Osasco | Reprodução
Policial penal Sérgio Ferreira dos Santos é sequestrado em Osasco | Reprodução

Em setembro do ano passado, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo interceptou uma carta do PCC que pedia um levantamento de informações sobre os policiais penais, como o nome e endereço dos servidores públicos. A carta foi assinada pela Sintonia Final, alta cúpula da facção.

+ PCC: como principal facção do país se organiza? Força-tarefa contra o crime organizado revela estrutura

"Ficávamos desacreditados que, algumas vezes, o Sérgio ia a pé trabalhar. Ele trabalhava no muro e não tinha contato com nenhum dos detentos. Mas, depois dessas ameaças, identificaram [integrantes da facção] que ele era de Osasco”.

Além disso, o "salve geral" exigiu um mapeamento das unidades prisionais que possuem bloqueador de sinal de celular e as "churrasqueiras" – que são as redes, grades ou proteções que evitam a entrada de drones ou impedem arremesso de objetos para o interior dos presídios.

O Complexo Penal de Osasco conta com essas duas ferramentas e desde 2017 não registra casos de celulares encontrados no presídio, segundo a fonte.

Alerta da diretoria

Complexo Penal de Osasco | Reprodução/Google Maps
Complexo Penal de Osasco | Reprodução/Google Maps

Depois da divulgação do "salve geral", o diretor da unidade prisional realizou reuniões com os policiais penais. A recomendação aos profissionais foi de permanecerem em estado de alerta.

"Quando você falar que não tem medo, você deixa de ficar em atenção. Eu tomo todas as cautelas possíveis. Fico atento 24 horas, mesmo longe do serviço", conta o agente penal.

Em nota, o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (SIFUSPESP) afirmou que "espera que o Estado de São Paulo seja firme contra a organização criminosa que está por trás de tal barbaridade".

A Secretaria de Segurança Pública declarou que busca esclarecer as circunstâncias e a autoria do crime. "As investigações prosseguem pelo Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) da cidade", informou.

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