Polícia vai investigar vereador de SP por abuso de autoridade contra padre Júlio Lancelotti
Rubinho Nunes (União Brasil) tentou abrir CPI na Câmara para investigar supostas acusações de assédio contra o pároco
A Polícia Civil instaurou nesta segunda-feira (24) um inquérito policial sobre o vereador Rubinho Nunes (União Brasil). Ele foi denunciado pelo Ministério Público por suposto abuso de autoridade contra o padre Júlio Lancellotti em pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de São Paulo.
O vereador negou a acusação, afirmando que "a abertura de CPI é prerrogativa legal do parlamentar, que ainda goza de imunidade constitucional de votos e opiniões". Ele questionou a preocupação de investigar um denunciante em vez de averiguar "as gravíssimas denúncias de abuso sexual" contra o padre.
Rubinho ressaltou que irá estudar uma Representação Criminal contra o Instituto Padre Ticão por Denunciação Caluniosa Eleitoral. O caso está no 1° Departamento de Polícia, na Sé.
CPI contra padre Júlio
Em janeiro, o vereador Rubinho Nunes afirmou ter votos suficientes para abrir uma CPI contra ONGs que atuam na Cracolândia e contra o padre Júlio Lancelotti, que presta assistência à população em situação de rua no centro de São Paulo.
Na ocasião, o padre, coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, afirmou que reconhece a legitimidade da criação de uma CPI, mas destacou que as atividades da Pastoral de Rua não estão vinculadas a ONGs. "A atividade da Pastoral de Rua é uma ação pastoral da Arquidiocese de Sâo Paulo, que, por sua vez, não se encontra vinculada de nenhuma forma as atividades que constituem o objetivo do requerimento aprovado para criação da CPI", disse em nota.
Diante de críticas de acusações sem provas contra o padre, Rubinho Nunes voltou atrás, mas em março voltou a protocolar um novo pedido de abertura de CPI. No novo texto, o vereador propunha investigar supostos abusos e assédio sexual contra pessoas em situação de rua na capital paulista, sem mencionar nominalmente o padre Júlio Lancelotti.