Polícia prende suspeito de chefiar ataque ao assentamento do MST em São Paulo
Homem, de 41 anos, foi reconhecido por testemunhas e confessou o crime. A ação, motivada por uma disputa de terras, resultou na morte de três pessoas
SBT News
A Polícia Civil anunciou, neste sábado (11), a prisão de um homem de 41 anos acusado de liderar o ataque a um assentamento do MST em Tremembé, no interior de São Paulo. O crime resultou em três mortes e deixou seis pessoas feridas.
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De acordo com o delegado seccional de Taubaté, Marcos Ricardo Parra, o suspeito foi identificado porque não cobriu o resto durante o ataque. Ele era conhecido na região e foi reconhecido por testemunhas e por vítimas que estão hospitalizadas.
O homem foi detido e, na delegacia, confessou sua participação no crime. Segundo a polícia, outros envolvidos na ação estão sendo procurados, mas ainda não há um número exato de participantes.
Durante a operação, os policiais apreenderam armas brancas, como facas e foices, armas de fogo e um veículo utilizado no ataque. Os itens passarão por perícia para tentar identificar as digitais dos autores do crime.
A Polícia Militar informou que reforçou o policiamento na área do assentamento para garantir a segurança dos moradores. As investigações continuam para localizar os demais suspeitos e esclarecer as motivações do ataque.
O ataque
Três pessoas foram mortas e outras oito foram feridas após um ataque ao assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), em Tremembé, interior de São Paulo, na noite de sexta-feira (10). A Polícia Civil de Taubaté investiga a ação, atribuída a uma disputa de terra.
Segundo testemunha integrante do movimento, os invasores chegaram no local em cinco carros e três motos, atirando, atingindo inclusive crianças e idosos. As vítimas fatais foram identificadas como Valdir do Nascimento, Gleison Barbosa de Carvalho e Denis Barbosa.
Os baleados foram socorridos e levados para o Hospital Regional de Taubaté e para o pronto-socorro de Tremembé. Não há informações sobre o estado de saúde dos feridos.
O assentamento é regularizado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) há cerca de 20 anos para o Movimento dos Sem Terra. Segundo a assessoria do MST, cerca de 45 famílias vivem no local.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou que a Polícia Federal (PF) instaure um inquérito para investigar o ataque. Uma equipe da PF, com agentes, perito e papiloscopista, foi enviada para o local. No ofício enviado à PF, o ministro em exercício, Manoel Carlos de Almeida Neto, cita a violação a direitos humanos.