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Brasil

Piloto de balão que caiu em SC tentou apagar fogo com o pé e pediu que passageiros pulassem, diz advogado

Acidente deixou 8 pessoas mortas e 11 feridas em Praia Grande; representante também disse que extintor estava no prazo de validade, mas não funcionou

Imagem da noticia Piloto de balão que caiu em SC tentou apagar fogo com o pé e pediu que passageiros pulassem, diz advogado
Segundo o piloto, o extintor de incêndio não funcionou no momento da queda | Foto: Reprodução
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De acordo com o advogado de defesa, Clovis Raupp Scheffer, o piloto do balão que pegou fogo e caiu, matando 8 pessoas e ferindo outras 11 em Praia Grande, no sul de Santa Catarina, no sábado (21) tentou apagar o fogo com o pé.

“Num primeiro momento ele tentou apagar com o pé. Depois utilizou o extintor, que estava dentro da validade, mas não funcionou”, explicou Clovis, que representa o piloto, Elves de Bem Crescêncio, e a empresa Sobrevoar, em entrevista exclusiva ao SCC10.

Com o fogo se alastrando rapidamente e atingindo a cabine de comando, Elves decidiu iniciar uma descida de emergência a uma altitude entre 300 e 400 metros. “Ele colocou a própria vida em risco ao fazer essa manobra”, destacou o advogado. A equipe da empresa e o próprio piloto afirmam que o extintor foi usado corretamente. Passageiros também ofereceram casacos para tentar abafar as chamas, sem sucesso.

O acidente é investigado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) e pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA).

“Pulem quando tocar o chão”

De acordo com o relato à defesa, ao perceber que a única forma de salvar os ocupantes era tocar o balão no solo, o piloto orientou: “Quando tocar no chão, pulem. O balão vai subir de novo porque vai ficar mais leve.” Doze pessoas conseguiram saltar. Elves também pulou, acreditando que todos já haviam deixado a aeronave. No entanto, o balão voltou a subir com oito pessoas ainda a bordo. Todas morreram.

Embora um dos sobreviventes tenha afirmado que não ouviu o pedido para pular, o advogado reforça que outros passageiros confirmam que Elves deu essa orientação. “Cada pessoa reage de forma diferente em uma situação como essa. Há nervosismo, há pânico.”

Equipamento novo, voo autorizado

O balão envolvido no acidente tinha apenas seis meses de uso, segundo o advogado. Ele afirma que todos os equipamentos estavam em dia, com manutenção registrada por uma equipe interna da empresa Sobrevoar. “Inclusive, como não houve voos na sexta-feira anterior, os equipamentos passaram por nova revisão.”

Mais de 40 balões levantaram voo na manhã do acidente, o que, segundo a defesa, reforça que as condições meteorológicas eram adequadas. “Não havia vento forte. A causa do incêndio, tudo indica, não foi o clima”, pontuou Clovis.

Um piloto experiente e abalado

Elves é um dos sócios da empresa e atua como piloto há mais de três anos. Advogado por formação, largou a profissão para se dedicar exclusivamente aos voos de balão. “Era a vida dele. Chegava às cinco da manhã no hangar e saía às 11 da noite”, afirmou o advogado.

Após o acidente, Elves está em tratamento psicológico e sem condições de trabalhar. “Está muito abalado, como toda a equipe. Não há previsão de retorno das atividades. O momento é de prestar apoio às vítimas, às famílias e colaborar com a investigação.”

Empresa parada e foco nas vítimas

A Sobrevoar suspendeu todas as operações. Segundo Clóvis, não há data para retomar os voos e nem certeza se isso acontecerá. “Neste momento, o foco da empresa é o acolhimento. Estamos tentando contato com todas as famílias das vítimas, oferecendo suporte. A dor é imensurável.”

Enquanto as investigações seguem, a empresa e o piloto se colocam à disposição das autoridades. “Queremos que tudo seja esclarecido. Também é do nosso interesse saber o que realmente aconteceu.”

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