PF descobre novos indícios de crimes como desvios de verbas dos irmãos Brazão
Polícia Federal concluiu análise de itens apreendidos com alvos na Operação Murder Inc. e pediu abertura de novos inquéritos
A Polícia Federal (PF) abriu novos inquéritos para apurar outros possíveis crimes, como desvios de verbas públicas, envolvendo os irmãos Domingos Brazão (MDB) e Chiquinho Brazão (sem partido), presos acusados de serem os mandantes da execução da vereadora Marielle Franco (PSOL), em 2018.
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O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio, Domingos, e o deputado federal Chiquinho, estão detidos desde 24 de março, quando foram alvos da Operação Murder Inc, da PF. Foram presos também o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil fluminense e dois milicianos - um deles, ex-assessor dos Brazão.
Com a análise do material apreendido nas buscas, a PF identificou em documentos, anotações e arquivos de celulares e computador, indícios de outros crimes. Uma das frentes a ser apurada é a de desvio de verbas de emendas parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
A PF pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abrir inquéritos em crimes federais e para compartilhar provas com outras equipes de apuração, em especial, envolvendo crimer estadual.
A PF aponta indícios de que o deputado Chiquinho Brazão e o ex-deputado Pedro Augusto Palareti (PP-RJ) direcionaram recursos de emendas em busca de "vantagens indevidas".
O ex-assessor dos Brazão preso, Robson Calixto da Fonseca, o Peixe, apareceu em mensagens fazendo cobranças e controlando um suposto esquema de direciamento de emendas.
"No rol de fotografias do aparelho foram encontradas imagens relacionadas a emendas parlamentares, anotações manuscritas que denotam a destinação de altas montas de dinheiro intermediadas por Peixe, projetos de interesse da família Brazão, intermediação com deputados e outras autoridades e alienação de bens de luxo", relatório da Polícia Federal.
O material apreendido também forneceu mais elementos de provas para a PF o suposto enriquecimento ilícito dos irmãos Brazão, em especial, com negócios imobiliários. Há elos dos esquemas de movimentação de dinheiro com postos de combustível, posse de armas suspeitas, entre outros.