Petroleiros aceitam acordo da Petrobras e encerram greve após 16 dias
Paralisação foi suspensa após avanço nas negociações no TST; sindicatos aprovaram acordo coletivo em assembleias

Antonio Souza
Funcionários da Petrobras decidiram encerrar a greve nacional da categoria, iniciada em 15 de dezembro, após uma nova proposta apresentada pela estatal.
O anúncio foi feito nesta terça-feira (30) pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Federação Nacional de Petroleiros (FNP), entidades que representam os trabalhadores do setor.
A decisão antecede a audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST), marcada para 2 de janeiro, e um possível julgamento do dissídio, previsto para 6 de janeiro.
Acordo aceito com a Petrobras
A paralisação foi encerrada depois que a Petrobras apresentou a 4ª proposta de ajuste, cujo prazo expirava no mesmo dia.
Com a sinalização de avanço nas negociações no TST, as federações optaram pela suspensão do movimento grevista.
Na Bacia de Campos, no Norte Fluminense, 90% dos 495 trabalhadores que participaram da assembleia convocada pelo Sindipetro NF votaram pelo fim da greve.
Foram 446 votos favoráveis, o que resultou na suspensão imediata da paralisação na região, considerada a base mais forte do movimento.
Segundo os sindicatos, todas as bases da FUP finalizaram as assembleias com a aprovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Sistema Petrobras, negociado nos últimos três meses.
Sob o lema “Menos Acionista, Mais ACT”, a categoria protestava contra a política de dividendos voltada a investidores, que, segundo as federações, dificultava a retomada de direitos retirados em gestões anteriores.
Os trabalhadores pediam ainda:
- Retorno de direitos trabalhistas;
- Mudanças no modelo do fundo de pensão;
- Distribuição mais justa dos lucros e resultados da estatal;
- Respostas mais concretas nas negociações com a empresa.
O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, afirmou que a greve foi motivada por uma insatisfação generalizada.
“O avanço da greve é resultado da insatisfação da categoria diante da falta de respostas concretas às reivindicações históricas”, disse o sindicalista.
Greve de 16 dias
Durante a paralisação de 16 dias, o movimento chegou a envolver 24 plataformas de petróleo, oito refinarias, além de outras unidades da estatal, segundo a FUP.
A Petrobras, por sua vez, informou que não houve impacto na produção de refinarias, petróleo ou derivados, e que o abastecimento do mercado foi mantido graças a medidas de contingência.
Mesmo com o fim da greve, a negociação continua oficialmente no TST. A audiência de conciliação de 2 de janeiro deve formalizar os próximos passos do ACT e do dissídio de greve, que poderia ir a julgamento no dia 6, caso não houvesse acordo.









