Otimismo do brasileiro para ano novo é o menor desde 2020, aponta Datafolha
Pesquisa revela aumento no pessimismo econômico e preocupações com inflação e poder de compra
Warley Júnior
O otimismo do brasileiro com o ano novo caiu para o menor nível desde 2020, segundo levantamento do Datafolha divulgado nessa terça-feira (31). Apenas 47% dos entrevistados acreditam que a situação da população irá melhorar em 2025, número que não era tão baixo desde a pandemia de covid-19.
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Em dezembro de 2022, logo após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 60% dos brasileiros demonstravam confiança em um futuro melhor. No fim de 2020, o índice era de 58%. O pico foi registrado no final de 2021, quando 73% estavam otimistas com o período seguinte, impulsionados pela vacinação e pela retomada econômica.
O grupo mais pessimista cresceu para 25% no levantamento atual, contra 18% um ano atrás. Por outro lado, 60% dos entrevistados esperam melhorias em 2025, 21% acreditam que vai ficar como está e 16% acham que vai piorar. Em 2023, os otimistas eram 70%.
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Preocupação com inflação e poder de compra
A pesquisa também revela um aumento significativo no pessimismo em relação à economia. A maioria (67%) dos entrevistados acredita que a inflação vai piorar no próximo ano, comparado a 51% no levantamento anterior. Indicadores como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou 2023 em 4,62%, devem subir para 4,91%, conforme projeções de economistas.
Os preços de itens essenciais, como combustíveis, alimentos e saúde, continuam em alta. Nos 12 meses encerrados em novembro de 2024, os combustíveis subiram 8,78%, enquanto os alimentos registraram alta de 7,63%.
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Além disso, 39% dos brasileiros acreditam que o poder de compra dos salários será reduzido no próximo ano, contra 30% em 2023. Apenas 27% apostam em um aumento no poder aquisitivo.
Contexto econômico e político
A pesquisa foi realizada em 12 e 13 de dezembro, pouco depois de o governo anunciar o chamado pacote de corte de gastos que foi criticado por economistas, e o Banco Central elevar a taxa básica de juros para 12,25% ao ano.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 113 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.