Número de nascimentos cai 5,8% em 2024 e país registra maior queda em 20 anos, aponta IBGE
Brasil tem sexto ano seguido de recuo e confirma tendência de baixa fecundidade; mortes foram 1,5 milhão no ano passado


SBT News
com informações da Agência Brasil
O Brasil registrou pouco mais de 2,38 milhões de nascimentos em 2024, uma queda de 5,8% em relação aos 2,52 milhões contabilizados no ano anterior. O recuo, divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o mais intenso dos últimos 20 anos e marca o sexto ano consecutivo de redução.
O índice supera a queda de 5,1% registrada entre 2015 e 2016, que até então era a mais expressiva da série histórica das Estatísticas do Registro Civil. Segundo a gerente da pesquisa, Klivia Brayner, os novos resultados reforçam uma tendência clara.
"Confirma a tendência já apontada pelo Censo 2022, de que as mulheres estão tendo cada vez menos filhos, a queda da fecundidade", afirmou.
A demógrafa Cintia Simoes Agostinho, analista da pesquisa, explica que a queda acompanha a própria estrutura etária do país, marcada pelo envelhecimento da população: "Quando a gente olha para filhos tidos, a gente olha as mulheres em idade reprodutiva, que são as mulheres normalmente de 15 a 49 anos", explica ela, contextualizando que, com menos mulheres em idade reprodutiva, o esperado é que haja menos nascimentos.

Médias de nascimentos em 2024
- 198 mil nascimentos por mês
- 6,6 mil por dia
- 275 por hora
- 4,5 crianças por minuto
O IBGE também aponta que março foi o mês com maior número de registros, com 215,5 mil nascimentos, seguido por maio, abril e janeiro. Já novembro (180,2 mil) e dezembro (183,4 mil) tiveram as menores marcações.
Em 2024, nasceram mais meninos que meninas: para cada 100 nascidas do sexo feminino, houve 105 nascimentos masculinos.
Mães cada vez mais velhas
Os dados mostram uma mudança significativa no perfil das mães. Em 2004, 51,7% dos nascimentos eram de mulheres com até 24 anos; em 2024, essa fatia caiu para 34,6%.
Estados com mais mães adolescentes (até 19 anos):
- Acre – 19,8%
- Amazonas – 19,1%
- Maranhão – 18,6%
- Pará – 18,3%
- Roraima – 17,2%
Estados com mais mães com 30 anos ou mais:
- Distrito Federal – 49,8%
- Rio Grande do Sul – 45,2%
- São Paulo – 44,5%
- Santa Catarina – 43,8%
- Minas Gerais – 43,2%
Óbitos sobem 4,6% em 2024 e chegam a 1,5 milhão
A mesma pesquisa revela que o país registrou 1,5 milhão de mortes em 2024, uma alta de 4,6% em relação a 2023. Idosos com 60 anos ou mais representaram 71,7% dos registros (1,07 milhão), aumento de 5,6% na comparação anual.
Causas dos óbitos
- Causas naturais – 90,9%
- Causas externas (homicídios, acidentes, suicídios) – 6,9%
- Indeterminadas – 2,2%
As mortes por causas externas atingem majoritariamente os homens (85.244) Mulheres são 18.043 das vítimas. Entre jovens de 15 a 29 anos, a sobremortalidade masculina (27.575) é ainda mais acentuada: 7,7 vezes maior que a feminina (3.563).
Todas as regiões registraram aumento no número de óbitos:
- Sul – 7,4%
- Centro-Oeste – 6,2%
- Sudeste – 4,0%
- Nordeste – 3,8%
- Norte – 3,2%
O Distrito Federal teve a maior alta (11,6%). Apenas Roraima apresentou queda (-5,7%).








