Nem roupa impede picada da “mosquita” da dengue, aponta experimento
Universidade de Lavras (MG) demonstrou que fêmea tem aparelho bucal grande, ultrapassando fibras do tecido
SBT News
com informações do Estado de Minas
Enquanto o número de casos e mortes por dengue aumenta e bate recordes de 20 anos, um experimento da Universidade Federal de Lavras (Ufla), de Minas Gerais, descobriu que o mosquito aedes aegypti pode picar até mesmo por cima da roupa.
O experimento mostrou que a suposta proteção do tecido não impede que o mosquito dê a picada. No caso, a fêmea que transmite o vírus tem um tamanho maior do aparelho bucal e, por isso, pode ultrapassar a camada de roupa.
Dengue é transmitida pela picada da fêmea
A doença só é transmitida pela picada da fêmea infectada com o vírus da dengue, zika ou chikungunya. Segundo os biólogos e estudantes da universidade, integrantes do Núcleo de Pesquisa Biomédica (Nupeb), outros mosquitos são capazes de poder picar as pessoas por cima das roupas.
De acordo com a professora e bióloga Joziana Barçante, 75% das picadas ocorrem dessa maneira. Foram usados três mosquitos-fêmea no estudo, criados no laboratório e não contaminados. A bióloga filmou os insetos pousando no jaleco e, aos poucos, o abdômen das “mosquitas” inchou, indicando que estavam se alimentando de sangue.
A intenção é ampliar o estudo, usando outros tecidos mais resistentes, como jeans e linho.
Diante do cenário, a melhor pedida é usar frequentemente repelentes, sempre observando o rótulo para saber se há risco de lesões ou intoxicação por conta da interação das substâncias com a pele. Usar calças e camisetas de manga longa ajudam, como medida simples preventiva, mas deve ser combinada com o uso do repelente para evitar a picada do mosquito – ou melhor, da “mosquita”.
Brasil ultrapassa marca de 3 milhões de casos prováveis de dengue em 2024
O Brasil ultrapassou a marca de 3 milhões de casos prováveis de dengue em 2024. Segundo dados do Ministério da Saúde, até a madrugada da última quinta-feira (11), foram registradas 3.062.181 infecções – maior número dos últimos 20 anos. Minas Gerais continua liderando o ranking de ocorrências, com mais de 971,3 mil casos.
Em relação aos óbitos pela doença, a pasta já confirmou 1.256, enquanto outros 1.857 estão sob investigação. Este é o maior número de mortes confirmadas desde o início da série histórica, em 2000. O recorde anterior ocorreu em 2023, com 1.094 mortes.