Na COP30, Lula afirma que ainda pretende convencer presidente dos EUA sobre agenda climática
Presidente defendeu mais recursos para manter as florestas em pé; Alemanha anunciou aporte de 1 bilhão de euros ao Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF)


Jessica Cardoso
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (19), durante a COP30 em Belém (PA), que está “feliz” com o andamento das negociações na conferência e disse acreditar que vai conseguir convencer o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a urgência da crise climática.
“Eu estou tão feliz que um dia haverei de convencer o presidente dos Estados Unidos de que a questão climática é séria e de que o desenvolvimento verde é necessário”, declarou. Em seguida, disse “sonhar” com o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia e afirmou estar confiante de que sua equipe entregará “o melhor resultado que uma COP já pode oferecer ao planeta Terra”.
Lula retornou à capital paraense para os dias finais das negociações, com o objetivo de impulsionar acordos e garantir novos compromissos de financiamento para o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF).
Em declarações a jornalistas na noite desta quarta-feira (19), o presidente reforçou que a proteção das florestas e a preservação ambiental dependem de investimentos.
“Cuidar do clima é saber que os países ricos precisam ajudar os países pobres. De que é preciso colocar dinheiro para que as pessoas que têm floresta em pé mantenham suas florestas em pé”, afirmou.
Segundo ele, é necessário garantir que as populações que vivem em áreas de floresta ganhem mais ao preservar do que ao derrubar. Minutos antes do discurso, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou que a Alemanha vai aportar 1 bilhão de euros ao TFFF.
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O presidente também defendeu a redução de emissões de gases de efeito estufa e a construção de alternativas aos combustíveis fósseis.
"[...] é preciso que a gente diminua a emissão de gás de efeito estufa. E se o combustível fóssil é uma coisa que emite muitos gases, temos que começar a pensar como viver sem combustível fóssil e construir a forma de como viver", disse.
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Sobre o processo de negociação na COP30, Lula reforçou que decisões não são impostas. Segundo o presidente, cada país deve definir seu próprio ritmo e suas possibilidades.
“Numa COP, a gente não impõe nada. Tudo tem de ser por consenso, muito conversado e nós respeitamos a soberania política, ideológica, territorial e cultural de cada país. Não queremos impor nada. Queremos apenas dizer [que] é possível”, afirmou.









