Montanhista brasileiro desaparecido no Peru morreu após queda em greta, diz amigo; veja quem era
Marcelo Delvaux era montanhista há cerca de 25 anos e já escalou mais de 150 montanhas de altitude na Cordilheira dos Andes e no Himalaia
O montanhista brasileiro Marcelo Motta Delvaux, que estava desaparecido desde 30 de junho após tentar escalar a montanha mais alta do Peru, morreu depois de cair em uma greta de gelo, uma espécie de buraco no local. A informação foi confirmada por Pedro Hauck, amigo de escalada da vítima e coordenador do resgate, neste domingo (8).
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Quem era Marcelo e a trajetória da escalada
Marcelo Delvaux era montanhista há cerca de 25 anos e já escalou mais de 150 montanhas de altitude na Cordilheira dos Andes e no Himalaia. Nascido em Juiz de Fora, ele vivia em Belo Horizonte e era guia profissional formado pela EPGAMT (Escola Provincial de Guias de Alta Montanha) de Buenos Aires, Argentina.
Ao SBT News, Pedro Hauck disse que Marcelo era um profissional muito técnico e que era a história do montanhista sempre foi movida por novas culturas.
"Marcelo era um dos raros montanhistas exploratórios. Ou seja, um dos poucos que escalava montanhas inóspitas, desconhecidas e ainda virgens. Ele escalou diversas montanhas inéditas no Peru, montanhas que sequer tinham nome. Para os montanhistas isso é prestigio muito maior do que escalar o Everest. Uma grande perda para o montanhismo sulamericano", conta Pedro.
Marcelo estava escalando o Nevado Coropuna, um vulcão com mais de 6,3 mil metros de altitude, na província de Castilla, no Peru. Ele usava um GPS com rastreador, mas o aparelho parou de indicar a localização no dia 30 de junho e, por não ter enviado nenhuma mensagem e não ter pressionado o botão de socorro, foi considerado desaparecido.
A polícia peruana foi acionada e a família de Marcelo contratou uma equipe para buscas na parte alta da montanha. Na sexta-feira (5), os funcionários contratados alcançaram o acampamento e encontraram a barraca do mineiro.
No sábado (6), a equipe chegou ao último ponto indicado pelo GPS de Marcelo. No local, eles encontraram uma greta aberta, o equipamento de escalada e identificaram sinais da queda.
Segundo a equipe de resgate, a queda em profundidade da greta deve ter ocorrido há seis dias e, com o frio negativo durante as noites, não há chances dele ter sobrevivido.