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Ministério Público fará perícia independente em corpos de mortos durante operação no Rio

Órgão disse ainda que atua para assegurar o cumprimento das diretrizes fixadas pelo STF que disciplinam operações policiais em comunidades do Estado

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Foto: EFE/ Antonio Lacerda
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informou nesta quarta-feira (29) que técnicos periciais foram enviados ao Instituto Médico-Legal (IML) para a realização de perícia independente nos corpos encontrados após a operação mais letal da história do estado.

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O governo do Rio de Janeiro tinha divulgado, na terça-feira (28), que 64 pessoas foram mortas durante a megaoperação contra lideranças do Comando Vermelho (CV) – incluindo quatro policiais.

Porém, nesta quarta, moradores dos complexos do Alemão e da Penha encontraram mais de 60 corpos na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia.

O MPRJ disse ainda acompanhar os desdobramentos da operação e que "atua para assegurar o cumprimento das diretrizes fixadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ADPF 635, que disciplina operações policiais em comunidades do Estado".

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Operação Contenção

A megaoperação das forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro foi deflagrada na terça-feira (28) nos Complexos da Penha e do Alemão. A ação, parte da chamada Operação Contenção, foi justificada pela necessidade de desarticular lideranças do Comando Vermelho na região. Cerca de 2.500 policiais civis e militares cumpriram mandados de prisão e busca na região. 81 suspeitos foram presos e 93 fuzis apreendidos.

As equipes encontraram resistência armada intensa: houve relatos de troca de tiros, uso de barricadas incendiadas em vias expressas e ataques com drones por parte de criminosos, com o objetivo de atrasar o avanço policial. Pelo menos três moradores ficaram feridos.

A ação é considerada a operação mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, ultrapassando a realizada no Jacarezinho, em maio de 2021, que teve 28 mortos, e a operação na Vila Cruzeiro, em maio de 2022, com 24 óbitos. As três aconteceram durante o governo de Cláudio Castro (PL).

O levantamento foi feito pelo Geni (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Veja o ranking das cinco operações mais letais da história do estado do Rio de Janeiro:

1. Complexo do Alemão e Penha, outubro de 2025: mais de 120 mortos

2. Favela do Jacarezinho, maio de 2021: 28 mortos

3. Vila Cruzeiro, maio de 2022: 23 mortos

4. Vila Operária, Duque de Caxias, janeiro de 1998: 23 mortos

5. Complexo do Alemão, junho de 2007: 19 mortos

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