Ministério da Saúde investiga caso de bebê que morreu no Acre após contaminação por vírus Oropouche
O bebê nasceu com malformações cerebrais, articulares e outras anomalias, vivendo apenas 47 dias
O Ministério da Saúde registrou a morte de um bebê no Acre na semana passada, que foi contaminado pelo vírus Oropouche. A mãe, de 33 anos, teve febre no segundo mês de gravidez, e exames realizados após o parto confirmaram a presença do vírus.
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O bebê nasceu com malformações cerebrais, articulares e outras anomalias, vivendo apenas 47 dias. Exames detectaram material genético do vírus em diferentes tecidos da criança.
Segundo o Ministério da Saúde, ainda é necessária uma investigação mais aprofundada para confirmar se as anomalias estão diretamente relacionadas à contaminação vertical, ou seja, da mãe para o filho durante a gravidez.
O que é a febre oropouche?
Segundo o infectologista Marcelo Neubauer, a doença é uma arbovirose transmitida pela picada de um borrachudo, o Culicoides Paraense, e apresenta um mecanismo de transmissão parecido com o da dengue. A grande diferença entre as duas, segundo o especialista, é que a oropouche conta com animais que podem ser seus hospedeiros. No caso da oropouche também, a contaminação acontece apenas em algumas áreas do país que são endêmicas, como a Amazônia, por exemplo.
A febre oropouche foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960. Depois disso, foram relatados casos isolados e surtos, principalmente na região amazônica. Também ocorreram registros da doença no Panamá, na Argentina, Bolívia, no Equador, Peru e na Venezuela. Com a ampliação da investigação da infecção no país, foram confirmados 7.044 casos, com transmissão local em 16 estados.
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Sintomas da febre oropuche
Os sintomas são parecidos com os da dengue:
Febre;
Mal-estar;
Dores no corpo e na cabeça;
Artralgia (dores nas articulações);
Diarreia;
Tontura;
Náusea.
O infectologista Werciley Vieira Jr, disse que as dores no corpo na febre oropouche costumam ser mais intensas do que na dengue. No entanto, ele reitera que não é possível fazer o diagnóstico apenas observando o quadro sintomático do paciente.
Como é feito o diagnóstico?
O exame PCR (reação em cadeia da polimerase) possibilita a identificação do vírus no sangue e os testes sorológicos lgG e lgM mostram a presença de anticorpos específicos, também no sangue.
Como se prevenir?
A prevenção é parecida com os casos de dengue, chikungunya e outras doenças causadas por picada de mosquitos: uso de repelentes, blusa de manga longa e calça comprida em áreas de mata, além de telas e mosqueteiros.
Quais são os sinais de alerta?
Os principais indícios que devem deixar as pessoas atentas são a falta de hidratação, náusea, vômito e dor incontrolável. Pessoas imunossuprimidas, idosos, crianças e pessoas com comorbidades têm maior chance de complicações associadas à doença, segundo Vieira Jr.
Como é feito tratamento?
Ainda não existe um tratamento específico para a doença. O foco é aliviar os sintomas e manter o paciente hidratado.