VÍDEO: Promotor chama advogada de ‘galinha garnisé’ em tribunal de MG
Ele também perguntou se ela ia fazer ‘um striptease’. Ministério Público do estado abriu procedimento disciplinar para investigar conduta
SBT News
Estado de Minas
Um promotor do Ministério Público de Minas Gerais ofendeu uma advogada criminalista chamando-a de 'galinha garnisé' e perguntando se ela ia "fazer um striptease", durante um julgamento no Tribunal de Justiça do estado. Caso aconteceu na terça-feira (26).
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Apesar do momento não ter sido gravado, foi registrado na ata da audiência, que não foi assinada pelo promotor Francisco Santiago.
“(...) a defesa responde falando com os jurados, momento em que o IRMP se volta a Dra. Sarah Quinetti e a chama de galinha garnizé e faria striptizer (sic)", consta na ata da audiência
Ao Jornal Estado de Minas, a advogada Sarah Quinetti contou que participava de uma audiência onde seu cliente era acusado de ser co-autor de um homicídio e chegou a reclamar de ser interrompida por Santiago. Na sequência, as ofensas começaram.
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“No momento em que eu estava explicando ao júri algumas situações ele começou a fazer vários questionamentos me interrompendo. Eu pedi para ele parar, me respeitar e começaram as ofensas. Ainda sugeri ao outro advogado para trocar de beca, para ver se ele me respeitaria mais. Ele falou que eu faria um striptease e perdeu o controle”, disse Quinetti
Sarah gravou parte da discussão
Logo após as ofensas, Sarah pegou o celular e gravou a discussão que teve com o promotor dentro da sala. “Fala agora que eu vou fazer um striptease, você tem coragem de falar? Tá vendo que ele não tem coragem? Ele está me tratando assim porque sou uma mulher”, diz Sarah no vídeo.
Ao fundo do material gravado, é possível ouvir o promotor dizer que a advogada "é neurótica”.
“Eu não estava gravando antes porque os debates não são gravados, somente os depoimentos. Eu peguei um telefone, estava tremendo, coloquei e pedi para ele repetir as falas”, explicou a advogada.
Sarah disse à reportagem do jornal mineiro estar "traumatizada" após o júri, que foi anulado pela juíza e ainda não há uma nova data marcada.
"Ele já havia me desrespeitado em outras partes. Reconheço a autoridade dele, os ensinamentos, mas ele não pode usar isso para humilhar seja um homem ou uma mulher. Ele me chamou de galinha garnisé, que eu faria striptease no júri. Estou traumatizada até hoje”, disse
Ministério Público vai investigar o caso e OAB ainda não se posicionou
À reportagem, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) disse que foi aberto um procedimento disciplinar no Conselho Nacional do Ministério Público. A reportagem do Estado de Minas procurou o órgão, mas não obteve resposta até o momento. O promotor Francisco Santiago não foi localizado pelo jornal.
A advogada disse que procurou a Ordem dos Advogados (OAB-MG), por meio da Procuradoria de Prerrogativas, mas que não obteve retorno. Questionada, a OAB disse que não foi informada pela advogada do caso e que aguardava uma solicitação para atuar no caso.
Ela vai registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) e pedir uma medida protetiva contra o promotor, para que ele não participe das mesmas audiências que ela.
“Tenho receio de as portas se fecharem, é um grande corporativismo ali. Vou registrar um BO, não tive tempo, cabeça ou apoio para pensar nisso. Estou pensando também em pedir uma medida cautelar em relação a ele, para que ele não faça nenhuma audiência comigo. Reconheço o trabalho dele, mas não teria necessidade alguma dele fazer o que fez comigo”, desabafou