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Marcha para Jesus em SP reúne famílias, fiéis e autoridades políticas: entenda importância do evento

Evangélicos dedicaram orações às vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul. Opositores ao governo federal foram maioria entre políticos presentes

Imagem da noticia Marcha para Jesus em SP reúne famílias, fiéis e autoridades políticas: entenda importância do evento
Fiéis lotaram as ruas de São Paulo nesta quinta-feira (30) | Divulgação
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A Marcha para Jesus reuniu milhares de pessoas em São Paulo, nesta quinta-feira (30), para uma caminhada de cerca de três quilômetros, entre a Estação Luz do Metrô e a Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira.

Os evangélicos dedicaram orações às vítimas da tragédia climática do Rio Grande do Sul, que já deixou 169 mortos e tirou mais de 600 mil pessoas de suas casas, e viram autoridades políticas subirem ao palco para participar da celebração.

Público evangélico

A equipe do SBT Brasil registrou a presença de dezenas de crianças e adolescentes que, acompanhados de suas famílias, celebraram a devoção religiosa e a realização pessoal de comparecer à Marcha.

Algumas empreitadas envolveram jornadas mais árduas. A youtuber Luara Baccaro mora nos Estados Unidos, mas veio ao Brasil para participar. "Não há um evento assim nos EUA", disse.

Cerca de 15 mil caravanas foram ao local. Não há uma estimativa oficial dos presentes no evento, mas o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP (Universidade de São Paulo), fez registros fotográficos aéreos da caminhada e estimou que, às 11h23 (pouco menos de duas horas após o início), havia 29,2 mil pessoas no percurso.

Segundo o grupo, "foram tiradas 19 fotos entre 11h19 e 11h23. Seis foram selecionadas de forma a cobrir a extensão da manifestação, sem sobreposição". Para o cálculo, o Monitor usa um método que identifica cabeças e estima a quantidade de indivíduos em uma imagem.

Acenos a um eleitorado relevante

Autoridades paulistas, como o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), subiram ao palco e participaram de orações ao lado de pastores e lideranças evangélicas.

Mas a presença de políticos de fora do estado, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), demonstrou um movimento de sinalização do espectro político da direita aos evangélicos -- que, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são cerca de 22% dos brasileiros.

Caiado, vale lembrar, tornou público seu desejo de concorrer à Presidência da República em 2026, no campo de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O petista, por sua vez, afirmou que não poderia comparecer ao evento, mas enviou uma carta destacando o "papel vital" das igrejas e se disse "regozijado de ver a dimensão extraordinária" da celebração.

Jorge Messias, ministro-chefe da AGU (Advocacia-Geral da União) e um dos integrantes do governo federal com interlocução junto aos evangélicos, esteve lá para representar Lula, como fez em 2023.

Em entrevista ao SBT News, Vinícius do Valle, cientista político pela USP e diretor do Observatório Evangélico, disse que a presença dos políticos foi movida por duas estratégias: no caso dos representantes do espectro da direita (como os governadores de São Paulo e Goiás), o objetivo foi "construir apoios" entre lideranças religiosas.

Já o representante do governo federal tinha como intenção "reduzir danos", visto que o petista tem índices elevados de rejeição em meio aos evangélicos e, no Congresso, enfrenta oposição da maioria dos integrantes da bancada evangélica. O especialista lembrou que, diante da ausência de Lula, representantes mais populares do governo também não foram escalados -- Jorge Messias nunca disputou eleições.

"Quando um campo político tem dificuldade de mandar um representante para um evento como esse, evidencia uma dificuldade de comunicação com a comunidade evangélica", disse Vinícius do Valle.

Para o cientista político, porém, a presença na Marcha para Jesus é uma demonstração simbólica. "É um elemento dentro de um conjunto de ações em direção à comunidade. Não é determinante", afirmou.

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