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Líder indígena é assassinado em Brumadinho (MG)

Cacique Merong Kamakã Mongoió havia declarado recentemente que iria intensificar luta na defesa indígena

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Líder indígena é assassinado em Brumadinho, MG
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Na manhã desta segunda-feira (4), o cacique Merong Kamakã Mongoió, líder do povo pataxó hã-hã-hãe e articulador do movimento indígena, foi assassinado em Brumadinho, Minas Gerais. A morte foi confirmada por um membro da equipe da Comissão Pastoral da Terra (CPT) que atua em Minas Gerais.

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Merong Kamakã Mongoió era uma figura proeminente à frente da Retomada Kamakã Mongóio, localizada no Vale do Córrego de Areias, município de Brumadinho. Sua liderança não se limitava ao seu próprio povo, estendendo-se à defesa dos Kaingang, Xokleng e Guarani, como esclareceu a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em nota oficial.

Nascido em Contagem (MG) e radicado na Bahia desde a infância, Merong também desempenhou um papel significativo no Rio Grande do Sul, participando ativamente da Ocupação Lanceiros Negros. Esta iniciativa contribuiu para as retomadas Xokleng Konglui, em São Francisco de Paula (RS), e Guarani Mbya em Maquiné.

"A Funai lamenta profundamente a perda e se solidariza com familiares e amigos neste momento de tristeza", declarou a autarquia.

Defesa do território e contexto de violência

Os pataxó hã-hã-hãe possuem comunidades na Reserva Indígena Caramuru-Paraguassu, nos municípios de Itajú do Colônia, Camacã e Pau-Brasil, e também na Terra Indígena Fazenda Baiana, no município de Camamu. Ambas localizadas no sul e no baixo-sul da Bahia, essas áreas têm sido palco de constantes conflitos, invasões e violência contra os indígenas.

Em dezembro do ano passado, Lucas Kariri-Sapuyá, também cacique, foi executado enquanto retornava à sua comunidade, com seu filho na garupa da motocicleta. A Reserva Indígena Caramuru-Paraguassu é frequentemente alvo de invasões por fazendeiros e posseiros.

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A estrada onde Merong foi emboscado é conhecida por ser o local onde, em 1988, o líder pataxó João Cravim foi executado. Da mesma forma, em janeiro deste ano, a líder pataxó hã-hã-hãe Maria de Fátima Muniz de Andrade, conhecida como Nega Pataxó, foi assassinada durante um ataque de fazendeiros, pertencentes ao grupo Invasão Zero, na retomada do território Caramuru, em Potiraguá, sul da Bahia. O ataque resultou em feridos entre os indígenas.

Apesar do cenário de violência recorrente, a Secretaria de Segurança de Minas Gerais não forneceu informações sobre o caso até o momento.

*Matéria elaborada com informações da Agência Brasil.

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