Governo brasileiro condena bombardeios israelenses em Rafah
Em nota, Itamaraty afirma que Israel “mostra, novamente, descaso” pela observância dos direitos humanos
O governo brasileiro divulgou, na noite desta segunda-feira, uma nota na qual condena publicamente os bombardeiros israelenses iniciados durante a manhã, na região de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O documento é assinado pelo Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty).
“O governo brasileiro condena o início de operação das forças armadas de Israel contra a cidade de Rafah, na Faixa de Gaza”, inicia o Itamaraty. A nota diz que a ação militar teve objetivo de “intensificar o conflito em área sabidamente de alta concentração” de população civil. E que “o governo israelense, mostra, novamente, descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário”.
Catástrofe humanitária
Ainda de acordo com a nota, os bombardeios comprometem as negociações pela paz e contrariam “apelos da comunidade internacional, inclusive de aliados mais próximos” a Israel. “O Brasil reitera às instâncias de governança global responsáveis pela preservação da paz e da segurança mundial, em particular ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o pleito de que sejam superados a indiferença e o imobilismo que têm permitido o aprofundamento da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza”, segue a nota.
No documento, o Itamaraty conclama “todas as partes à interrupção imediata da violência” e pede o "engajamento em conversações" para o cessar-fogo e a libertação dos reféns. “O Brasil reafirma seu compromisso com a solução de dois Estados, com base nas fronteiras de 1967, única via capaz de oferecer paz duradoura para os povos de Israel e da Palestina, assim como para a região do Oriente Médio”, conclui o Ministério das Relações Exteriores.
Os bombardeios
Horas após o grupo Hamas anunciar que aceitou a proposta de cessar-fogo feita em conjunto por Egito e Catar, Israel informou que o Gabinete de Guerra decidiu por unanimidade continuar a operação na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. O local, que faz fronteira com o Egito, abriga 1,5 milhão de palestinos.
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Segundo o comunicado emitido pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a operação tem o objetivo de "exercer pressão militar sobre o Hamas”. O gabinete informou ainda que "a proposta do Hamas está longe dos requisitos necessários de Israel", mas que o país enviará uma delegação de trabalho ao Egito, para negociar com os mediadores – grupo composto por Catar, Egito e Estados Unidos. As Forças de Defesa de Israel afirmam que os ataques são direcionados "contra alvos terroristas do Hamas".