Filho de Zambelli grava vídeo após ordem de prisão da mãe: "Como a gente vai se manter?"
Na gravação, jovem de 17 anos afirma que a decisão afetará financeiramente ele, sua avó e 18 funcionários do gabinete da deputada

SBT News
João Zambelli, filho da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), se manifestou após a ordem de prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em vídeo enviado pela assessoria de imprensa da parlamentar, nesta quinta-feira (5), o jovem criticou a decisão judicial e afirmou que a medida afeta não apenas sua mãe, mas ele e sua avó.
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"Com essa perseguição toda, não será afetada só minha mãe, serão afetados minha avó e eu. Quando eles quiserem cassar o mandato da minha mãe, a gente vai morar onde? Onde a gente vai ficar? Com o salário de aposentada da minha avó? Que trabalho eu vou arrumar com 17 anos?", questionou o jovem, afirmando viver com a vó no apartamento funcional da parlamentar, em Brasília.
Na última terça-feira (3), a parlamentar informou que havia deixado o país. No dia seguinte, o ministro Alexandre de Moraes decidiu determinar a prisão da parlamentar e pediu o bloqueio de salário e verbas de gabinete da parlamentar. O ministro do STF também pediu a inclusão do nome de Zambelli na lista vermelha da Interpol.
João criticou o valor das multas aplicadas à mãe, atualmente em R$ 4,8 milhões, e argumentou que a família não tem condições de arcar com essas penalidades.
“Como a gente vai se manter? Minha mãe tendo que pagar multa de R$ 4,8 milhões? Isso não existe”, declarou.
No vídeo, o jovem afirma que a decisão também tem efeito financeiro sobre diversas pessoas próximas à deputada.
"Funcionários do gabinete da minha mãe são afetados. 18 funcionários, alguns têm filhos especiais. 2 ou 3 têm problemas de saúde gravíssimos e trabalham no gabinete como benfeitores porque amam ela, gostam dela. Afeta a vida de todo mundo que esteja relacionado a ela", completou.
A decisão de Moraes também determinou que as redes sociais de Carla Zambelli fossem retiradas do ar. A medida incluiu perfis da própria deputada e de familiares, como os de João e da avó. As plataformas receberam um prazo de duas horas para cumprir a ordem, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
Zambelli procurada pela Interpol
A parlamentar entrou na lista da Interpol após deixar Brasil. Em maio, ela foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão e à perda de mandato por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Em 2022, a deputada ordenou que o hacker Walter Delgatti Neto invadisse os sistemas de informação do CNJ com o objetivo de disseminar falsamente supostas vulnerabilidades no Judiciário brasileiro.
A parlamentar disse, por suas redes sociais, que vai ficar na Europa por ter cidadania europeia e que vai "denunciar a ditadura" que, segundo ela, o Brasil vive. No entanto, segundo apurou a reportagem do SBT, os Estados Unidos já foram informados sobre a presença da deputada no país.
Segundo a deputada, ela vai pedir licença não remunerada, assim como fez o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA.