Procuradoria analisa pedidos de federalização de casos de letalidade policial do Rio de Janeiro
Entre os casos está a Operação Exceptis, realizada em 2021, que ficou conhecida como “Chacina do Jacarezinho” em que 28 pessoas morreram
O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de federalização de quatro casos de letalidade policial que aconteceram no estado, entre 2018 e 2022. Segundo o MPF, a iniciativa atende o pedido da Rede de Atenção a pessoas Afetadas pela Violência de Estado (RAAVE). O pedido deve passar pela análise do Procurador Geral da República, Paulo Gonet, nos próximos dias.
Entre os casos está a Operação Exceptis, realizada em 2021, que ficou conhecida como “Chacina do Jacarezinho” e é considerada a ação policial mais letal do país. No total, 28 pessoas morreram.
Também serão analisadas as investigações do assassinato de um jovem e seu padrasto no Complexo do Chapadão logo após a comemoração do jovem por ser chamado para o Exército em 2021. Além desse caso, estão na lista: a morte de uma testemunha de dois assassinatos de adolescentes pela polícia na Maré, em 2022, e a execução filmada de um mototaxista na Cidade de Deus, em 2018.
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“O pedido de federalização dos casos foi feito pela RAAVE depois que um relatório da Polícia Federal indicou a participação de autoridades públicas estaduais no assassinato e na obstrução das investigações do caso Marielle Franco e Anderson Gomes”, diz o coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do MPF e Procurador da República Eduardo Benones, que assina a representação.
A RAAVE argumenta que o arquivamento indevido de inquéritos de mortes provocadas por agentes públicos tem gerado grande adoecimento nos familiares das vítimas.
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O que é a RAAVE?
A RAAVE é uma rede formada por movimentos de mães e familiares de vítimas da violência de Estado, grupos clínicos de atenção psicossocial, além de instituições defensoras de direitos humanos.