PMs que abordaram filhos de diplomatas vão prestar depoimento
Adolescentes negros sofreram abordagem violenta no Rio; governador reage à pressão federal por investigação

Renata Igrejas
A abordagem policial a adolescentes negros filhos de diplomatas, no Rio de Janeiro, com viés racista, movimentou estruturas estaduais e federais. A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que vai acompanhar “de perto” as investigações, enquanto o governador Cláudio Castro (PL) reagiu à pressão federal pela investigação do caso.
O filho do embaixador do Gabão deve ser o primeiro ouvido, por videoconferência, na manhã de quinta-feira (11). A denúncia é que a abordagem teve motivação racista, em Ipanema, já que os jovens negros foram abordados com mais violência do que os brancos que também integravam o grupo.
Semana de negociações e pressão
O trâmite de negociações durou uma semana, entre a Polícia Civil e representantes do Itamaraty. O depoimento do adolescente será feito em Brasília e será acompanhado por representantes do Ministério das Relações Exteriores, psicólogos, advogados e policiais da delegacia especializada em crianças e adolescentes do Rio de Janeiro. O relato será concedido à delegada-titular da Delegacia de Apoio ao Turista (DEAT), localizada no bairro carioca do Leblon.
Diante da pressão federal, o governador Cláudio Castro se manifestou a favor da abordagem e chegou a dizer que foi tomado um “julgamento precipitado” sobre os policiais militares.
Todos os jovens são da capital federal e, no dia da abordagem, estavam no Rio de Janeiro a passeio. Os três jovens negros são filhos de embaixadores do Gabão, Burkina Fasso e do Canadá.









