Exclusivo: Professores foram vítimas de 20 agressões por dia em São Paulo no ano passado
Dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação mostram um crescimento de 33% em relação ao ano anterior
Na véspera do Dia dos Professores, que é comemorado nesta terça-feira, 15 de outubro, o SBT Brasil revela, em uma reportagem exclusiva, que os casos de violência contra educadores em São Paulo aumentaram significativamente.
Dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que, em 2023, foram registrados 7.827 incidentes de violência nas escolas da rede estadual, o que representa um crescimento de 33% em relação ao ano anterior. Este aumento corresponde a mais de 20 casos de agressão por dia, com a maioria envolvendo agressões verbais.
A professora de artes, Cíntia, compartilha sua experiência de violência em sala de aula, onde jovens invadiram a escola e começaram a agredir alunos.
“Entrava de repente do nada três jovens que chutavam a porta... e eles começavam a agredir crianças”. Após uma série de ameaças, Cíntia precisou se afastar para tratamento, dizendo: “Não estava mais conseguindo entrar, porque os alunos vinham e falavam: se a senhora falar, sua vida corre risco”, relata a educadora.
Outro educador, já aposentado, descreveu um episódio em que um aluno o agrediu verbalmente.
“Ele jogou o livro pra cima da minha pessoa e falou um palavrão e disse: vai você levar na biblioteca”. Isso ilustra como a violência escolar se manifesta de diversas formas.
Dados revelam que, apenas em 2023, a maior parte das agressões foi verbal, seguida de ameaças e agressões físicas. Além disso, a Secretaria da Educação recebeu 150 mil pedidos de licença médica, um recorde desde 2014, com um em cada cinco pedidos relacionado a problemas emocionais como depressão e ansiedade.
Especialistas ressaltam a importância de implementar programas de convivência nas escolas para combater a violência. Uma especialista em bullying explicou:
“Os países que já conseguiram organizar e combater as violências nas escolas implementaram programas de convivência... é preciso ensinar os nossos meninos pelo diálogo.” A comunidade educacional se mobiliza para encontrar soluções, mas o cenário permanece desafiador.