Empresas não estão preparadas para novas regras de saúde mental no trabalho, aponta pesquisa
Atualização de Norma do Ministério do Trabalho entra em vigor em 2026 e exige monitoramento de riscos como estresse, ansiedade e burnout

Bianka Santos
Apenas 5% das empresas brasileiras afirmam estar totalmente preparadas para cumprir as novas exigências do Ministério do Trabalho e Emprego sobre a determinação para que os riscos psicossociais, como estresse, ansiedade e burnout, sejam oficialmente reconhecidos e monitorados no ambiente de trabalho. A medida do governo faz parte da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) que passa a valer em maio de 2026.
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Os dados fazem parte do Panorama da Saúde Emocional do RH 2025. A pesquisa, elaborada pela Flash com cerca de 900 profissionais da área, mostra que 50% das empresas ainda estão em fase de preparação e 32% sequer iniciaram qualquer movimento para se adequar à nova regra. Mesmo assim, a norma é vista com bons olhos pelos trabalhadores da área:
- 65% acreditam que ela impactará positivamente na saúde mental;
- 42% afirmam que as mudanças representam uma validação importante dos temas emocionais nas organizações;
- 23% admitem que a norma pode ajudar a reduzir o estresse e a sobrecarga.
Segundo a pesquisa, no último ano, 78% dos profissionais de RH se sentem sobrecarregados e 53% afirmaram ter sintomas de burnout, ansiedade ou depressão. Especialistas alertam que empresas que negligenciam o tema correm o risco de aumentar o adoecimento de suas equipes e comprometer a sustentabilidade do negócio a longo prazo, além de serem sancionadas.
Melhores condições de trabalho
Algumas empresas já começaram a oferecer soluções voltadas à promoção da qualidade de vida no ambiente corporativo. O CEO da empresa de saúde ocupacional 4lifePrime, Alex Araújo, conta que oferece diferentes soluções para as empresas, como ginástica laboral, quick massage, reflexologia, acupuntura, apoio psicológico presencial e online, além de palestras sobre bem-estar, motivação, saúde preventiva e liderança positiva.
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Para ele, o sucesso dessas iniciativas depende de uma base sólida, começando pelo mapeamento dos riscos psicossociais. “Esse diagnóstico permite identificar as principais carências internas e, a partir disso, desenvolver estratégias eficazes e personalizadas para transformar o ambiente organizacional e promover o bem-estar dos colaboradores”, conclui.