Em depoimento, Anielle Franco confirma ter sofrido importunação sexual de ex-ministro Silvio Almeida
Ministra da Igualdade Racial foi ouvida na PF, em Brasília, e citou casos desde 2022; apuração autorizada pelo STF tem ex-titular dos Direitos Humanos como alvo
Em depoimento à Polícia Federal (PF), na manhã desta quarta-feira (2), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, confirmou ter sofrido importunação sexual do ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida.
A ministra chegou à sede da PF para depor por volta das 10h30 e permaneceu no local por cerca de uma hora. Anielle não falou com a imprensa ao sair do prédio, em Brasília.
No termo de declaração registrado pela PF, a ministra relatou que os casos de assédio e importunação terian começado antes mesmo da posse de Lula, em 2022, durante a transição entre os governos.
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Anielle Franco e Silvio Almeida foram vizinhos de Esplanada dos Ministérios até 6 de setembro, quando o então titular dos Direitos Humanos foi demitido, após casos similares virem a público.
A apuração da PF foi aberta a pedido do governo e com autorização do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 17 de setembro. A apuração será acompanhada pela Corte, já que Almeida era ministro durante os supostos crimes.
O ex-ministro dos Direitos Humanos foi alvo de acusações na ONG Me Too Brasil, no início do mês passado. A entidade apontou mais de uma denúncia de assédio e importunação contra Almeida. Anielle foi uma das vítimas.
Defesa do ex-ministro
Em nota, a assessoria de Silvio Almeida disse repudiar "com absoluta veemência" as acusações, às quais ele se referiu como "mentiras" e "ilações absurdas", com o objetivo de prejudicá-lo. No comunicado, o ministro avaliou que "toda e qualquer denúncia deve ter materialidade" e se declarou "triste" com toda a situação.