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Denúncias de trabalho infantil aumentam nos primeiros meses de 2025 em relação a 2024

Dados do Ministério Público do Trabalho podem refletir maior consciência social sobre o tema, aponta especialista

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No Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, dados alarmantes mostram que o país ainda está longe de acabar com esse tipo de violação. Nos primeiros cinco meses de 2025, o número de denúncias cresceu 25,7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério Público do Trabalho (MPT).

O último levantamento do IBGE, em 2023, apontou que o Brasil tinha 1 milhão e 607 mil crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil.

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Apesar dos dados, a coordenadora nacional de combate ao trabalho infantil, Luisa Carvalho Rodrigues, afirma que o Brasil vem evoluindo no enfrentamento ao problema. Para ela, o aumento das denúncias reflete uma maior consciência social sobre o tema.

“Mais de 20% dos casos de trabalho infantil no Brasil acontecem em atividades rurais. Também recebemos muitas denúncias de trabalho infantil nas ruas, que são as piores formas, pois as crianças ficam expostas a risco de atropelamento, abusos, a situações de violência, e muitas vezes estão longe das famílias ou das escolas”, destacou.

Em muitos casos, a exploração acontece em famílias em situação de vulnerabilidade econômica. Um menino de 13 anos, que não vamos identificar, relatou que, durante a pandemia, passava as tardes com a mãe em um farol

“Vendia paçoca e bala também. Porque meus pais passavam dificuldade. Eu ficava muito cansado, chegava muito cansado”.

Hoje, ele é uma das 120 crianças e adolescentes que participam das atividades da ONG Turma da Touca, que mantém uma unidade no bairro do Campo Limpo, na periferia da zona sul de São Paulo. No contra turno escolar, eles praticam esportes, dançam, aprendem a tocar instrumentos e são incentivados à leitura, explica a gerente Michele Lopes.

Onde está a solução?

Combater o trabalho infantil é um desafio que exige fiscalização, conscientização das famílias e ação efetiva do Estado. O silêncio não é uma opção. É preciso fazer barulho.

Para a procuradora Luísa Carvalho, a escola desempenha um papel central para garantir que as crianças vivenciem plenamente a infância.

“Garantir o direito à educação em tempo integral, uma educação pública de qualidade, é essencial para reverter esse cenário. Mas não só isso. É garantir o direito à saúde, lazer, cultura, geração de trabalho e renda para as famílias. Uma série de políticas precisa estar articulada para que esses direitos sejam garantidos e o trabalho infantil erradicado no país”, afirma.

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