Delegado da PF Ricardo Saadi assume presidência do Coaf a partir de julho, anuncia Banco Central
Ricardo Liáo, que chefiava órgão desde 2019, saiu a pedido; novo presidente atuou como superintendente da Polícia Federal no RJ
Felipe Moraes
O Banco Central (BC) anunciou nesta quinta-feira (19) Ricardo Andrade Saadi, delegado da Polícia Federal (PF), como novo presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) a partir de 1º de julho. Ele substitui o servidor aposentado Ricardo Liáo, que deixa órgão a pedido e estava no posto desde agosto de 2019.
+ Relatório da "Abin paralela": veja lista de alvos de espionagem e como funcionava monitoramento
O que é e o que faz o Coaf?
O Coaf é vinculado ao BC e atua como "autoridade central do sistema de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa", segundo descrição oficial.
O conselho tem autonomia técnica e operacional e atua em todo o Brasil também na prevenção à corrupção e subsidiando investigações para recuperação de ativos.
+ Polícia Federal prende Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro
Quem é Ricardo Saadi?
Saadi já trabalhou como conselheiro do Coaf e atualmente é diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção na PF. Em nota, o BC elogiou "atuação destacada" do delegado "no combate ao crime organizado, à lavagem de dinheiro e à corrupção".
"Sua larga experiência contribuirá para a missão do Coaf de produzir inteligência financeira e de supervisionar os setores econômicos sob competência do órgão para proteção da sociedade contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa", falou a autarquia federal.
+ Fraudes no INSS: PF prende duas pessoas em nova fase de operação contra descontos irregulares
Saadi ainda chefiou a Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro. Foi demitido em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que alegou baixa "produtividade" para exonerá-lo.
À época, quando deixou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, o hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou ter sofrido pressão de Bolsonaro para remover Saadi da função.
No comunicado, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, fez agradecimento a Liáo "pelos serviços prestados, reconhecendo e valorizando todo o empenho, dedicação e profissionalismo com que conduziu suas funções ao longo do período em que se dedicou ao Coaf".
