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Delegado da PF que vai chefiar a Interpol defende maior uso de tecnologia pelas polícias

Valdecy Urquiza será o primeiro brasileiro e o primeiro representante de países subdesenvolvidos a liderar a maior organização policial do mundo

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Valdecy Urquiza em Glasgow | Foto: Polícia Federal
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O delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza que assumirá o posto de Secretário-Geral da INTERPOL, nesta quinta (7), pretende incentivar a difusão de tecnologias entre as polícias do mundo, além de estimular a diversidade nas corporações.

"Quando a gente fala em adoção de novas tecnologias, isto é tanto para as polícias de todo mundo que compõem a organização, mas também, e principalmente, para a própria estrutura organizacional da Interpol. Hoje, ferramentas baseadas em inteligência artificial, análise de grande massa de dados já tem sido utilizadas pela criminalidade e a polícia não pode ficar para trás.", defende.

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Urquiza já havia sido indicado pelo Comitê Executivo da Interpol em junho deste ano para ocupar o mais alto posto da organização internacional, mas a colocação ainda precisava ser ratificada em Assembleia-Geral da INTERPOL. Nesta terça (5), em Glasgow, na Escócia, o delegado recebeu 145 votos favoráveis e foi confirmado no cargo. Foram registrados apenas seis votos contrários e duas abstenções.

O delegado da PF será o primeiro brasileiro e o primeiro representante de países subdesenvolvidos a chefiar a Interpol. "A Interpol é uma organização internacional com 193 países, e que há 101 anos vinha sendo, de fato, liderada por representantes apenas da Europa e, uma vez, dos Estados Unidos. Foram apenas cinco países, até hoje, que assumiram a cadeira de secretário-geral, e, agora, o Brasil vem com uma missão de trazer a diversidade, a diversidade de pensamento, a diversidade de ações", comenta.

A campanha em torno do brasileiro envolveu articulações da Polícia Federal, Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Justiça e Segurança Pública. Para Urquiza, a confirmação para o posto de Secretário-geral é um reconhecimento à capacidade técnica da Polícia Federal. Além de levar contribuições da experiência investigativa brasileira ao órgão, Urquiza pretende estimular o intercâmbio de informações e aperfeiçoamento das polícias de outros países.

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"Hoje, você tem polícias em todo o mundo que estão em estágios muito distantes, muito diferentes em relação à sua atuação, porque, para muitos, falta, muitas vezes, as ferramentas, e muitas vezes, também, o treinamento, a capacidade técnica. Então, isso é algo que a gente busca. Acredito que a Polícia Federal do Brasil tem muito a colaborar nesse esforço também, porque tem sido referência na investigação de vários delitos, especialmente quando se trata de criminalidade cibernética, e mais recente, agora, também, com as investigações de crimes ambientais".

Atualmente, Urquiza é Diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal, mas, com uma carreira marcada por postos ligados a assuntos internacionais, ele já havia atuado como vice-presidente da INTERPOL para as Américas entre os anos de 2021 e 2024.

O delegado da PF é formado em Direito pela Universidade de Fortaleza, com pós-graduações em Administração Pública pelo IBMEC e em Direito Ambiental pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Urquiza também é ex-aluno da Academia Nacional do FBI nos Estados Unidos.

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