Operação 'call center do crime': 1 em cada 2 brasileiros teve dados sigilosos vendidos a quadrilhas
Operação da Polícia Civil de SP revela esquema que comercializava dados de sistema público para lavagem de dinheiro, evasão de divisas e golpes digitais
SBT News
Investigações da Polícia Civil de São Paulo revelaram o imenso esquema de vazamento de dados pessoais do sistema público, em que mais de 120 milhões de brasileiros foram expostos, o que equivale a uma em cada duas pessoas no país. Nesta quinta-feira (28), agentes da polícia civil paulista, com apoio de policiais do Paraná, cumpriram nove mandados de busca e apreensão nos dois estados.
Em São Paulo foram expedidos mandados para a capital e cidades como Campinas, Bauru, Taubaté, Praia Grande. No Paraná, Londrina e Uraí foram alvos da operação.
Segundo as investigações, a quadrilha não apenas acessava dados de civis, mas também armazenava informações de servidores públicos de Tribunais de Justiça, autarquias previdenciárias, concessionárias de telefonia, prefeituras e servidores do Rio de Janeiro.
Os criminosos vendiam essas informações a outros suspeitos, que as utilizavam em crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e golpes digitais baseados em engenharia social.
As investigações começaram há um ano, com a operação “Tatu Canastra”, quando a polícia identificou a atuação do grupo. Sete pessoas foram apontadas como responsáveis por coletar e comercializar os dados vazados.
Durante as buscas desta quinta-feira, as equipes apreenderam diversos materiais usados pelos "call centers" do crime, que serão analisados pela perícia.
Os suspeitos responderão por crimes como associação criminosa, invasão de dispositivos informáticos e violação de segredo profissional. As investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos.
+Corte de gastos deve trazer economia de R$ 327 bilhões em cinco anos, estima governo