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Crianças brasileiras acessam a internet cada vez mais cedo, aponta estudo

Pesquisa revela aumento do uso da internet por crianças pequenas, com crescimento expressivo no uso de celulares

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No Dia da Internet Segura, esta terça-feira (11), um estudo aponta que as crianças brasileiras estão acessando a internet cada vez mais cedo, muitas delas já conectadas por meio de seus próprios celulares.

Pequenas mãos seguram celulares e, para muitos, é difícil largá-los. Amanda Miranda Rodrigues Souza, mãe de três, decidiu dar um celular de presente aos dois mais velhos no ano passado. Mas, em apenas dois meses, percebeu que não foi uma boa ideia. "Meu esposo falou: 'Amanda, você não fez algo bacana'. E aí fomos bem radicais mesmo, tiramos de vez, não foi aos poucos", conta Amanda, que trabalha como cabeleireira.

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Samuel, de 7 anos, e Pérola, de 9, precisaram se readaptar. Ele encontrou diversão no universo do Homem-Aranha, enquanto ela se dedica à criação e venda de pulseiras. "Brinco com meus irmãos, faço ginástica, sempre estou vendendo minhas pulseiras", afirma Pérola. Quando questionada se está mais feliz, responde animada: "Sim, com certeza!", e solta uma risada.

Agora, o uso do celular é permitido apenas por alguns minutos e sempre sob a supervisão dos pais. Amanda acredita que tomou a decisão certa.

Nem todas as famílias conseguem impor um limite de tempo e controlar o conteúdo consumido pelos filhos na internet. O número de crianças conectadas nunca foi tão alto, e o primeiro contato ocorre cada vez mais cedo. Muitas nem completaram dez anos e já vivem conectadas.

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Segundo um estudo do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, 82% das crianças de 6 a 8 anos usavam a internet em 2024. Dez anos antes, em 2015, esse número era de 41%. Além disso, a quantidade de crianças que possuem um celular próprio também dobrou: de 18% em 2015 para 36% em 2024. Outro dado preocupante é que 44% das crianças de zero a dois anos já utilizam a internet, um salto significativo em relação aos 9% registrados em 2015.

Fábio Senne, coordenador do estudo, destaca a importância de políticas específicas para cada faixa etária: "Os dados devem orientar políticas adaptadas a cada idade. Cada fase da infância exige um tipo de cuidado e moderação, que pais e professores devem aplicar de forma específica", explica.

A pesquisadora Cléo Garcia, doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Campinas, alerta que o Brasil ainda não possui uma legislação específica para regular as redes sociais e os conteúdos acessíveis a crianças. "Hoje não temos no Brasil uma lei que regule as redes ou o que pode ser postado em qualquer canal", afirma. Ela destaca que há muitas páginas abertas com conteúdos inadequados, incluindo incentivo à automutilação, bulimia, suicídio e violência.

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Diante desse cenário, Amanda reforça sua decisão de limitar o uso da internet para os filhos. "Eles vão conviver, brincar e interagir com pessoas. Hoje, até os adultos estão alienados, imagine as crianças", conclui.

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