Foragida, brasileira condenada pelo 8/1 é presa tentando entrar no Paraguai
Sirlene de Souza Zanotti foi detida pela polícia argentina na passagem fronteiriça de Posadas


Camila Stucaluc
A brasileira Sirlene de Souza Zanotti, condenada pelos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, foi presa pela polícia da Argentina na terça-feira (2). Ela estava na passagem fronteiriça de Posadas, na província de Misiones, de onde tentava ir para o Paraguai.
A detenção, realizada por militares da Gendarmería Nacional Argentina, foi confirmada pelo advogado de Sirlene. A brasileira, que se dizia “exilada política”, foi levada para a prisão em Ezeiza, em Buenos Aires, onde passará por audiência de custódia.
Sirlene foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 14 anos de prisão pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada. A decisão foi proferida em 2024, mesmo ano em que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, pediu a extradição da psicóloga ao Brasil.
Ainda na Argentina, Sirlene divulgou uma carta dizendo ser vítima de uma “falsa acusação de crime” e de um “processo cheio de ilegalidades”. No texto, ressaltou que a decisão do STF “roubou tudo” dela, sobretudo devido ao afastamento da família. “Aqui (no exílio) não tem vida. A injustiça atravessa a fronteira e me mantém num corpo sem rumo”, escreveu.
Sirlene é a sexta condenada pelos atos de 8 de janeiro a ser presa na Argentina. Os outros cinco brasileiros, identificados como Ana Paula de Souza, Joelton Gusmão de Oliveira, Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, Joel Borges Correa e Wellington Luiz Firmino, passarão por audiência de extradição nesta quarta-feira (3). Todos foram condenados pelos mesmos crimes que Sirlene, com penas que variam entre 13 a 17 anos de prisão.









