"Confissão de crime a céu aberto", diz advogado-geral da União sobre reunião de Bolsonaro com ministros
Em encontro, Bolsonaro pediu para ministros agirem "antes das eleições" de 2022 ao acusar, sem provas, o processo eleitoral brasileiro de fraude
Guilherme Resck
O advogado-geral da União, Jorge Messias, chamou de "confissão de crime a céu aberto" a reunião ministerial de teor golpista realizada em 2022, em que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para ministros agirem "antes das eleições" ao acusar, sem provas, o processo eleitoral brasileiro de fraude. O AGU se manifestou por meio de publicação no X.
+ STF forma maioria para condenar mais 12 réus por ataques do 8 de janeiro
"Um grupo de homens públicos, autoridades do Poder Executivo, se reúne no Palácio do Planalto, três meses antes da eleição, para tramar um Golpe de Estado, contra o Brasil, contra a Democracia, contra os brasileiros", inicia Jorge Messias, se referindo à reunião.
"Ouviram um Presidente da Republica falar palavrões atrás de palavrões. Uma reunião contra a Democracia e, também, contra os valores cristãos. Pessoas que dizem professar o cristianismo, mas que se revelam agentes do caos".
Ele prossegue: "Essas pessoas, que se diziam cristãs, queriam tirar do povo o direito de escolher livremente, como preceitua a Constituição do Brasil. Mas graças à força da legalidade das nossas instituições e da resistência popular o golpe foi impedido".
A reunião de 2022 foi gravada. Segundo a Polícia Federal (PF), o vídeo, somado a outros pontos da investigação, como uma minuta de golpe de Estado, revela "o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo".