30 anos do tetra: Confira a segunda parte da entrevista de Romário ao SBT
Para comemorar os 30 anos do tetra, o apresentador do SBT Brasil, Cesar Filho, entrevistou Romário, "o cara" daquela Copa do Mundo
Você se lembra de todos os detalhes da conquista do tetracampeonato mundial? Qual o seu gol preferido? Sem dúvida, um dos mais marcantes foi o gol de falta de Branco nas quartas de final contra a Holanda. Neste gol, Romário inteligentemente desviou da trajetória da bola.
Nesta quarta-feira (17), o Brasil vai comemorar 30 anos da conquista do tetracampeonato mundial. Para comemorar, o apresentador do SBT Brasil, Cesar Filho, entrevistou Romário, "o cara" daquela Copa do Mundo.
+ Confira a primeira parte da entrevista
Falando do jogo contra a Holanda, houve aquela falta em que você tirou o corpo da frente. Você se considera coautor daquele gol? Acha que foi uma assistência?
Romário: "A bola balançou minha camisa, eu senti o vento. Aquilo ali, não sei te afirmar, pode ter atrapalhado um pouco o goleiro. Mas o mais importante é que a bola foi no lugar certo, e nenhum goleiro chegaria. Foi um momento importante para a seleção brasileira naquele jogo, e especialmente para o Branco, porque mostrou que todo o esforço que ele fez quando ficou sem jogar valeu a pena."
Em 1993, acho que o Baggio ganhou como melhor do mundo. Você competiu, mas em 1994 você ganhou. Existe uma imagem da Copa do Mundo em que as seleções entram em campo, e ele olha para você, aparentando estar muito preocupado, enquanto você está tranquilo. Você já viu essa imagem?
Romário: "Cara, vi aquela imagem e acredito que ela representa um grande respeito. Se fosse o inverso, o respeito pelo cara que está ali na frente, no caso, eu. Ele entendia a minha importância na seleção brasileira, sabia que eu era um jogador que a Itália precisava ter atenção redobrada, pelos gols que eu vinha fazendo e pelo que eu representava para a seleção. Aquilo ali é um olhar de alguém que respeita o outro."
No jogo, você teve oportunidades de fazer gol, mas não conseguiu, e acabou indo para a prorrogação e os pênaltis. Naquele momento, você chegou a temer perder a Copa do Mundo?
Romário: "Não, não. Primeiro, a Itália teve dois grandes momentos para fazer o gol, primeiro com o Massaro e depois com o Donadoni ou Baggio, e eles perderam, porque o Taffarel estava ali segurando. Tivemos muito mais volume de jogo do que a Itália, e estávamos preparados para ganhar no tempo normal, mas a seleção treinava pênaltis."
Chegou a hora de falar do Taffarel na disputa dos pênaltis?
Romário: "Taffarel, para mim, é o maior goleiro que já vi na minha vida. A gente tinha um combinado: sempre que entrávamos em campo, ele dizia: 'Faz lá na frente que eu seguro aqui atrás'."
Romário: "Eu nunca treinei pênaltis, mas naquele momento eu tinha batido dois pênaltis na minha vida. Quando foi o momento do pênalti, o Parreira estava fazendo a lista dos cinco e eu levantei o dedo e disse: 'Professor, vou bater'. Ele perguntou: 'Vai?', e eu respondi: 'Vou!'. O cara grande tem que aparecer. Eu tinha que fazer parte daquele momento da Copa do Mundo, que foi a final nos pênaltis."