Conceição Evaristo é primeira autora negra a ser imortalizada pela Academia Mineira de Letras
A escritora e criadora do conceito de "escrevivência" assumiu a cadeira de Maria José de Queiroz
Vithor Laureano
A Academia Mineira de Letras (AML) anunciou nesta quinta-feira (15) que Conceição Evaristo é a nova imortal, sucedendo Maria José de Queiroz na cadeira número 40. O resultado da votação, que contou com 30 dos 34 acadêmicos votantes, confirma o reconhecimento à trajetória da autora como professora, romancista e poeta.
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Conceição Evaristo, conhecida por criar o conceito de "escrevivência", foi agraciada no ano passado com o Troféu Juca Pato como Intelectual do Ano, tornando-se a primeira autora negra a receber essa distinção. A disputa na AML incluiu José Anchieta da Silva, que recebeu dois votos, enquanto dois acadêmicos votaram em branco.
"A chegada de Conceição Evaristo à Academia Mineira de Letras, a par do reconhecimento de sua trajetória como professora, romancista e poeta, com justiça celebrada no Brasil e no exterior, tem também o sentido de impregnar esta casa com suas qualidades e história de vida, essa prática da literatura por ela denominada escrevivência. Uma vivência, aliás, profundamente marcada por Minas e por Belo Horizonte", afirmou o presidente da AML, Jacyntho Lins Brandão, em nota.
A trajetória literária de Conceição Evaristo teve início em 1990 com a publicação na série Cadernos Negros, coordenada pelo grupo Quilombhoje. Suas obras individuais, como "Ponciá Vicêncio" (2003) e "Becos da Memória" (2006), foram seguidas por "Poemas da Recordação e Outros Movimentos" (2008) e "Insubmissas Lágrimas de Mulheres" (2011).
Nascida em Belo Horizonte em 1946, a escritora recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira, incluindo o Jabuti em 2015 pelo livro "Olhos d'água". Suas obras, que abrangem poemas, contos, romances e ensaios, foram traduzidas para várias línguas, refletindo a relevância de sua produção no cenário literário internacional.
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Em 2019, Conceição Evaristo foi homenageada no 61° Prêmio Jabuti como personalidade literária, consolidando sua influência na literatura brasileira. Seus feitos continuam a ser reconhecidos, sendo laureada em 2023, com além do Prêmio Juca Pato como Intelectual do Ano, recebendo o prêmio Elo no Festival Internacional das Artes de Língua Portuguesa.
A trajetória marcante da autora, que nasceu na favela do Pindura Saia, na região Centro-sul da capital mineira, é agora perpetuada com sua entrada na Academia Mineira de Letras, reforçando a importância de sua contribuição para a cultura e a literatura brasileira.
*Matéria elaborada com informações do Estado de Minas.