Acidentes envolvendo crianças e adolescentes crescem 8% em um ano
Morte de criança atingida por escorregador de parquinho em Carapicuíba, na Grande São Paulo, trouxe à tona o debate sobre a segurança de espaços públicos
Simone Queiroz
No ano passado, o Brasil registrou um aumento preocupante de 8% nos acidentes envolvendo crianças e adolescentes de até 14 anos. Queimaduras, afogamentos, intoxicações e sufocamentos estão entre as ocorrências mais frequentes. Apenas os casos de quedas tiveram um crescimento de 10%.
O recente falecimento da pequena Yara, de apenas um ano, atingida pelo escorregador de um parquinho em Carapicuíba, na Grande São Paulo, trouxe à tona o debate sobre a segurança de espaços públicos. A tragédia ocorreu em uma praça onde os equipamentos foram instalados por moradores, sem supervisão da prefeitura.
Especialistas ressaltam que quedas representam 45% das internações relacionadas a acidentes com crianças, tanto em ambientes domésticos quanto comunitários, como parques e praças. Apesar de a prefeitura de Carapicuíba afirmar que não instalou os equipamentos, especialistas defendem que a administração pública tem o dever de fiscalizar e zelar pela segurança de espaços públicos.
De acordo com o advogado Arthur Rollo, "o fato de a prefeitura não ter instalado os equipamentos não a isenta de responsabilidade. Se estão em uma área pública, ela deveria fiscalizar ou, no mínimo, interditar estruturas inadequadas".
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Para reduzir os riscos em parquinhos, especialistas recomendam a checagem de elementos como o piso — que deve ser anti-impacto, como grama ou areia —, a estabilidade e o estado dos brinquedos, verificando a presença de ferrugem ou parafusos soltos. A supervisão por parte dos responsáveis também é essencial, sem superproteger, mas promovendo a prevenção.
A segurança de crianças em locais públicos é uma responsabilidade compartilhada entre o poder público e a sociedade, sendo necessário um olhar atento para evitar que tragédias como a de Yara voltem a ocorrer.