Com 20 km², degradação da Amazônia registra pior marca em 15 anos
Resultado referente ao mês de setembro foi influenciado pelo aumento das queimadas florestais
A degradação florestal aumentou significativamente na Amazônia. Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em setembro, foram registrados 20.238 km² atingidos pelo dano ambiental – o que equivale a mais de 13 vezes a cidade de São Paulo.
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Essa foi a maior de degradação registrada no bioma dos últimos 15 anos, quando o Imazon inicou as monitorações. Em relação a setembro do ano passado, quando a área degradada foi de 1.347 km², houve um aumento de 15 vezes.
Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, explica a degradação ocorre quando a floresta é afetada pela exploração madeireira ou pelas queimadas, que ameaçam espécies da fauna e da flora. Apesar de setembro ser um mês marcado pela alta das práicas, por ter um clima seco, o número é surpreendente.
"Os números registrados em 2024 são muito mais elevados do que os vistos anteriormente. E a maioria dos alertas ocorreu devido à intensificação dos incêndios florestais", disse Larrisa. Com o resultado de setembro, ela afirmou que esse é o quarto mês consecutivo com aumento no dano ambiental.
Do total áreas de floresta degradas, apenas o Pará contabilizou 57%. No estado, a degradação passou de 196 km² em setembro de 2023 para 11.558 km² no mesmo mês deste ano, quase 60 vezes mais. Além disso, sete dos 10 municípios que mais degradam a região no período são paraenses.
Os outros estados com percentuais significativos de áreas degradadas em setembro foram: Mato Grosso (25%), Rondônia (10%), Amazonas (7%), com destaque negativo para Rondônia. No estado, a degradação pasou de 50 km² em setembro de 2023 para 1.907 km² no mesmo mês de 2024 -- alta de 38 vezes.
Desmatamento em setembro é o oitavo maior da série histórica
A derrubada também cresceu na Amazônia e teve o quarto mês seguido com alta. Em setembro de 2024, um território de 547 km² foi impactado, o que equivale a perda 1.823 campos de futebol por dia de floresta. Essa área, porém, foi apenas 0,2% maior do que em 2023, quando foram degradados 546 km².
Já ao se observar o acumulado de janeiro a setembro, a área desmatada foi de 3.071 km², a oitava maior da série histórica.
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Dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, três concentraram 83% de todo o desmatamento identificado em setembro. O Pará liderou com 52% da devastação, seguido pelo Amazonas, com 16%, e pelo Acre, com 15%. O Pará também reuniu sete dos 10 unidades de conservação com as maiores áreas destruídas.