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"Cemitério de carros" abandonados gera polêmica em Jacareí (SP)

Amontoado de veículos parados à beira da rodovia Carvalho Pinto intriga moradores e motoristas; autoridades investigam a situação

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Um cemitério de carros abandonados em Jacareí, no interior de São Paulo, tem chamado a atenção de quem passa pela rodovia Carvalho Pinto. São milhares de veículos amontoados, muitos em estado de sucata. A reportagem do SBT sobrevoou a área para mostrar a dimensão do problema.

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A rodovia é o caminho para quem viaja para o interior ou litoral norte paulista e foi impactada pela fumaça das queimadas na região. São milhares de carros abandonados. Do alto é possível ver a área inteira, já apelidada de "cemitério de carros". Do chão, o acesso é feito por uma estradinha. O local, que possui mais de 5 mil metros quadrados, está cercado, sem vigilância aparente, e o acesso é restrito.

Danos à saúde e ao meio ambiente

Segundo especialistas, o armazenamento inadequado desses carros pode causar danos ambientais, como a contaminação do solo e proliferação de mosquitos, especialmente durante o período de chuvas.

O advogado ambientalista Luiz Carlos Aceti Júnior destacou os riscos ambientais, explicando que o vazamento de óleos dos veículos pode atingir o lençol freático e as nascentes da região. Moradores do entorno também relatam a insegurança gerada pela presença constante de pessoas suspeitas tentando furtar peças dos carros abandonados.

Movimentação e animais no local

Mesmo de longe foi possível acompanhar a movimentação dentro do terreno. Dois homens foram vistos trabalhando com um guincho. Com reservatórios, tiravam combustível dos veículos. Uma retroescavadeira puxava os automóveis de um ado para o outro. Quem mora nas redondezas afirmou que o local é um "entra e sai" de gente e de veículos o dia todo.

Ainda no terreno, um cachorro estava preso com uma corda no pescoço, aparentemente assustado, sem comida, sem água e exposto ao calor. Mais adiante, outro bichinho preso a um carro. A montanha de carros, a maioria sujos, velhos, amassados e enferrujados sequer tem condições de irem à leilão. Alguns têm anotações nos vidros, como uma sigla "PRF", de "Polícia Rodoviária Federal".

Órgãos públicos falam sobre o caso

Apesar da preocupação dos moradores, a prefeitura de Jacareí declarou que o lote é legalmente registrado como estacionamento. No entanto, as autoridades locais foram acionadas para investigar denúncias de irregularidades.

A Secretaria da Segurança Pública afirmou que agentes compareceram ao pátio e que o local pertence a uma "empresa concessionada pela Polícia Rodoviária Federal" e que os policiais constataram que há vigilância 24 horas no local, sem indícios de maus-tratos a animais. Acrescentou que as diligências seguem para apurar os fatos relatados pela reportagem, com policiamento intensificado na região.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo informou que não há registros de reclamações sobre o pátio e ressaltou que a fiscalização deve ser feita pela prefeitura.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que apenas uma pequena parte dos veículos (147) no local está sob sua responsabilidade após fiscalizações e que irregularidades no armazenamento dos veículos estão sendo apuradas, com a abertura de dois processos administrativos. A empresa Alves e Yoshi, responsável pelo pátio, ainda não se pronunciou sobre o caso.

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