Caso Anic Herdy: Justiça do RJ decreta prisão preventiva de três réus
Pedido foi motivado pelo surgimento de novas provas; homicídio de engenheira ocorreu em fevereiro de 2024

Marcos Marinho
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou e a Justiça decretou novamente a prisão preventiva de três réus acusados pelo assassinato da engenheira Anic Herdy, 51 anos, em fevereiro de 2024.
Segundo informações do MPJR, os réus são: Henrique Vieira Fadiga, Maria Luíza Vieira Fadiga e Rebecca Azevedo dos Santos de Carvalho. A decisão judicial foi tomada na última segunda-feira (23).
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O novo pedido de prisão preventiva foi motivado pelo surgimento de novas provas do crime, incluindo a localização do corpo da vítima, o laudo de necropsia, perícias em veículos usados para a realização do crime e o conteúdo obtido em aparelhos celulares.
As novas provas reforçam as evidências da participação dos três réus no feminicídio, na ocultação do cadáver e no crime de extorsão.
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A promotoria pediu a prisão com base nas novas provas, que evidenciam riscos à ordem pública e à instrução criminal, além da possibilidade de fuga, considerando a gravidade dos crimes e as penas elevadas que poderão ser impostas. O juízo acolheu integralmente os fundamentos do MPRJ e decretou novamente a prisão preventiva.
Relembre o caso
Anic Herdy foi vista pela última vez deixando o estacionamento de um shopping em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, no dia 29 de fevereiro de 2024. A engenheira teria entrado no carro de Lourival Correa Netto Fadiga, funcionário da família e amante de Anic.
Anic estava casada há 20 anos com o empresário Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos. No dia do sequestro, ele recebeu uma mensagem de texto dos criminosos, que exigiam R$ 4,6 milhões para libertar a mulher. Após o pagamento do valor, Anic teria entrado em contato com o marido e os filhos, confessando ter planejado o crime.
Desconfiada, a família acionou a polícia, que, nas investigações, descobriu que o dinheiro não foi usado para pagar os sequestradores. No dia do pagamento do resgate, Lourival comprou uma caminhonete de R$ 500 mil, uma moto de R$ 30 mil e R$ 185 mil em equipamentos eletrônicos para a loja da família.
Vinte dias após o desaparecimento da advogada, Lourival, os dois filhos e uma mulher — apontada como amante dele — foram presos investigados por extorsão mediante sequestro.
No dia 30 de agosto, Lourival confessou ter assassinado Anic e pediu a soltura dos filhos do criminoso e da amante.
O caso segue em tramitação, com fase de instrução processual, na 1ª Vara Criminal de Petrópolis.